POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

domingo, abril 11, 2010

ADILIA RIBEIRO QUINTELAS — Nascida a 27 de agosto de 1965, iniciou-se na poesia, aos onze anos, levada pela timidez; na adolescência enveredou pela música, como interprete, tendo participado do Coral da Escola Técnica e grupos de MPB. Bióloga de profissão, chegou a Boa Vista em 1996, onde retomou o caminho da poesia inspirada na cultura e a realidade locais, um mosaico do Brasil, além das belezas naturais muito peculiares. Em Boa Vista a musica e a poesia andaram paralelamente, com participações em festivais, Mostras de Música, como o “Canta Roraima”, realizado pela parceria SESC/Prefeitura de Boa Vista; “Mostra Cultural Macuxi”, realizada pelo SESC com apresentação musical e sarau de poesia, bem como participações na programação da Rádio Monte Roraima com leitura de seus poemas. Reside agora em Florianópolis onde pretende retomar as atividades culturais em breve, assim que seu melhor poema, Isabela, sua filha, permitir.

O BARRO

© ADILIA RIBEIRO QUINTELAS

O barro
O barro vermelho
Recobre os pés e o cabelo
Embota as idéias, que viram pedras

O barro emoldurando as ruas
Barro nas minhas mãos e nas tuas

O barro no vento
Nevoeiro vermelho

No ar confuso tua imagem difusa
Quilômetros de estradas de barro
O carro fica vermelho
Até chegar a ti, tão longe

Sobra a estátua, barro que imita o bronze
Mas se desfaz na chuva
Vira rio de lama
Que fica lá parado, secando
Até virar deserto

Mais um dia de espera
Meus poros duros de barro sufocam
O suor tem que atravessar paredes
Lágrimas, nem pensar

O vento começa a soprar
Vai me cobrir de barro
Até eu sumir
Vou virar parte do chão
Vou ser um fóssil
Memória da solidão


LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CERQUEIRA — Nascido no dia 28/01/1935 em Monte Serrat, município de Comendador Levy Gasparian, Rio de Janeiro. Premiado em pintura, crônica e poesia, publicou “Solidão das Horas” (1990), “Além da Curva, a Saudade” (1997) e “Quando Houver Nunca Mais” (2002). Participa de 14 antologias poéticas. Verbete no “Dicionário Bibliográfico de Escritores Contemporâneos”, de Adrião Neto; na “Enciclopédia de Literatura Brasileira”, de Afrânio Coutinho e J. Galante; no “Dicionário de Escritores de Brasília”, de Napoleão Valadares; na “História da Literatura Brasiliense”, de Luiz Carlos G. da Costra; em “Literatura: de Homero à Contemporaneidade”, de Ronaldo Alves Mousinho. É membro das seguintes entidades: Instituto de Poesia Internacional, Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, Academia de Letras e Música do Brasil, Academia de Trovadores do DF, Academia Internacional de Cultura; Instituto Cultural do Vale Caririense (CE), Associação Nacional de Escritores, Associação Filatélica e Numismática de Brasília. Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina, Sociedade Philatélica Paulista e Associação de Cartofilia do Rio de Janeiro. É presidente da Casa do Poeta Brasileiro, Seção DF.

POEMA OP. 79, Nº 15

© LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CERQUEIRA

Pela manhã, bem cedo, pela manhã
queria abrir a janela do meu dia
e beber um copo de sol nascente.

Pela tarde, bem pela tardinha,
queria fechar a porta do meu dia
e curtir o crepúsculo da sua ausência.

E, quando fizesse noite alta, noite sem lua,
queria descer o cortinado dos meus sonhos
e beijar o seu abraço, morder o seu destino,
buscando-a na saudade da sua presença,
bebendo um copo do seu sorriso.

VANY CAMPOS — Poetisa gaúcha, nascida na Coxilha dos Campos, descobriu-se, assim como Cora Coralina, poeta na maturidade. É ativista cultural em sua terra natal, onde ocorre anualmente uma feira de cultura que leva seu nome. Este evento dá oportunidades aos alunos da rede pública de ensino de participar de um concurso de poesia e terem seus textos publicados em livros. Reside na Cidade de Porto Alegre, com filhos, netos e bisnetos, cercada de amor e carinho. Sua verve poética brota das lembranças vivenciadas em sua infância e de suas experiências vividas, com a alegria e melancolia que permeiam seu coração. Participou das seguintes antologias: “Casa do Poeta Rio-Grandense 43 anos” (Editora Alcance, 2007), “Congresso Brasileiro de Poesia” (Editora Alcance, 2007), “Poetas pela Paz e Justiça Social” (Editora Alcance, 2007) , “Nas Asas da Paz” (Editora Alternativa, 2007), “Poeta, Mostra a tua cara” (2008) e “Poemas à flor da pele” (2008 e 2009).

MEUS VÔOS

© VANY CAMPOS

Sou uma ponte entre Eu
e minhas angustias
Minha alma é um deserto
Entre borboletas azuis
Meu coração grita ternuras
Falarei de meus anseios
E de minhas incertezas
Me debruço sobra a mesa
Procurando respostas
A meus por quês
Penso nas interrogações humanas
Que o tempo não responde
Quero saber onde estou
Vôo nas asas do meu pensamento
E sinto-me parar em ti
És o final de meu vôo
Por quê ?

MÁRCIA BERALDO — É mineira e reside em Campinas/SP. Educadora, casada, dois filhos. Sua maior paixão, além da família, são os livros e a oportunidade de ampliar conhecimentos no contato com os grandes mestres da literatura. Gosta de teatro, cinema, viajar e ler, ler, muito. A leitura é uma alegria e uma fonte constante de enriquecimento pessoal. Acredita na construção de relações mais humanas, com menos desigualdades sociais. Participou da antologia “Poetas do Café” (volume 3), lançada durante o XV Congresso Brasileiro de Poesia pela comunidade do Orkut “Café Filosófico Das Quatro” e do 2 E-book “Poemas à Flor da Pele”. Em sites tem seus poemas publicados nos seguintes espaços: Poetas del Mundo, Arte Comunicarte, Recanto das Letras, Usina das Palavras, Mesa do Editor, Artigos.com, Overmundo, Luso-Poemas e Escrita Criativa.
Seus poemas também estão nos seguintes blogs: Presença Poética:
http://marciapoeta.blogspot.com/ e Educação e Cultura Digital: http://culteduc.blogspot.com/

ESSÊNCIA

© MÁRCIA BERALDO

Simples,
como a brisa
a envolver o poente,
como a terra
a semear o presente.
Ser!

Simples,
como o sol
a embalar a melancolia,
como o mar
a inspirar a nostalgia.
Ser!

Simples,
como a lua
a acariciar a imensidão,
como o fogo
a celebrar a sedução.
Ser!

Essencialmente ser
poesia à Flor da Pele!


IÁRA PACINI — Poeta gaúcha, escreve com leveza os puros sentimentos de sua alma. Membro da Academia Virtual de Artes e Letras de Porto Alegre. Ativista cultural, no mundo da Internet atua também em diversos sites, onde mantém uma rede de amigos artistas e poetas. Participou das seguintes antologias: “Gigantes” (Editora Odorizzi, 2006); “Casa do Poeta Rio-Grandense 43 anos” (Editora Alcance, 2007); “Congresso de Poesia” (Editora Alcance, 2007); “Nas asas da Paz” (Editora Alternativa, 2007); “Pela Paz e Justiça Social” (Editora Alcance, 2007): “Poesia do Brasil” (Volume 6, XV Congresso Brasileiro de Poesia, 2007), “Poeta, mostra a tua cara” (Volume 5, XVI Congresso Brasileiro de Poesia, 2008) e “Poemas à flor da pele” (Editora Grafite, 2008 E 2009).

FLANANDO

© IÁRA PACINI

Vou embora,
contida pelos sopros perdidos,
procurar meu Eu,
deixando a melancolia sem dor,
flanar no etéreo,
vestida em agonia,
que perdi.

Perfumada de saudades,
tudo se esvai,
palavras cansadas,
um dia foram cristal.

Enigmática, minha mente
em flor perdida,
hoje sem vida,
mistério sem limites
se afoga,
transborda,
Nas paredes de um passado maldito...


JORGE DUARTE BARBOSA — Porto-alegrense há 40 anos, graduado em Língua Portuguesa e Inglesa e respectivas literaturas, com especialização em Literaturas da Língua Portuguesa. Professor do Magistério Público e da rede privada. Associado da Casa do Poeta Rio-Grandense. Tem publicações esparsas em jornais e periódicos desde 1976, com artigos sobre Educação, Política, Economia, Arte, além de contos, crônicas e poesia. Participou de quatro coletâneas, a última “NAS ASAS DA PAZ”, pela Alternativa, em 2007. Autor de “SETENTA POEMAS EM BRANCO E PRETO”, pela Edicom, Porto Alegre, 2001; “ESCRITOS ASSIM” (narrativas), pela UCS, em 2004 e “NÃO SOU EU”, pela Imprensalivre, Porto Alegre, em 2007.

NO ATELIER

© JORGE DUARTE BARBOSA

1. — O inseto pirueteia no ar
Engolfa-se em rodeios
Indolente no vôo
Asas aflitas em medeios.

2. — O poeta escreve
Signos na mão
Verte-lhe o sonho
A viagem o trigo o não.

3. — O escultor entre dedos
Fere o ferro modula
Na alma a fuga o dia
Mesa longa da tortura.

4. — Prosseguem os três
Poeta inseto escultor
Na aflição dos seres
Expressando todo o amor.


VANIA GONDIM — Nasci e me criei em Fortaleza, no Ceará de Alencar. Banhos de sol, mergulhos no mar verde vendo velas do Mucuripe, manhãs e tardes na praia de Iracema, coqueiros... tudo isso acalentou meu coração no tempo de minha infância. Ainda bem jovem saí da casa de meus pais, em busca de um grande amor, constituindo família na Serra da Borborema em Campina Grande, momentos felizes a cada por do sol refletido no açude de Bodocongó. Ao concluir o curso de Administração de Empresas, aos vinte e seis anos, já era mãe de dois filhos. Fui trabalhar com avaliação de projetos econômico-financeiros para micro e pequenas empresas, no Estado de Rondônia, e silenciosamente vi muitas vezes madeira descendo o Rio Madeira com os mistérios amazônicos.
Vim para Porto Alegre em 2003, em busca de um transplante bilateral de pulmão para meu filho André. Conquistamos este sonho em outubro de 2008. Dessa espera em hospitais resultou o gosto pela leitura de poesias, pelo fato de ser rápida, reflexiva e prazerosa. O Rio Grande do Sul é um rio Guaíba que desaguou esperanças de futuro em nossas vidas. E ainda, pelo fato do sangue gaúcho agora rolar em nossas veias, tenho a certeza que sou uma Prenda Nordestina, com um desejo enorme de criar e transformar imagens, em palavras com sentimentos, em forma de poesias.

DESPERTAR PARA SONHAR

© VANIA GONDIM

a rosa de minh’alma
precisa da luz do sol
para existir
despertar
para ir adiante com seus sonhos

a rosa de minh’alma
precisa sonhar
para despertar

a rosa de minh’alma
precisa de luz
a luz da alma

MARCIA ARAÚJO — Nasci há 42 anos atrás em Belo Horizonte.Escrevo desde sempre, sobre coisas que me acontecem, que me tocam, que observo... Escrevo sobre sentimentos! Depois de ousar abrir meu baú,onde guardava o que escrevia, no projeto Poeta Mostra a Tua Cara volume 5,coisas aconteceram.... Participei do IV Belô Poético , Encontro Nacional de Poesia. Textos publicados no metrô de Belo Horizonte dentro do projeto Leitura para Todos do programa A Tela e o Texto . Poeta convidada da atividade Momento Poético no Centro Cultural Pampulha. Participei da Noite da Poesia em Divinópolis, como convidada da poeta Léa Lu. Convidada pela Secretaria de Cultura de Bonfim(MG) para participar da 4ªMostra Cultural da cidade. Poesia publicada na 5ª edição dos folhetos "Barkaça"(fanzine de poesia) de Divinópolis. Participação no Projeto Poesia na Praça Sete em 2009 e Antologia Poetas En/Cena,do Belô Poético/2009 - V Belô Poético.

PRAÇA DA LIBERDADE

© MARCIA ARAÚJO

Liberdade das curvas de Oscar
Liberdade de expressão
Liberdade das águas
Liberdade de andar
Liberdade dos pássaros
Liberdade ainda que tarde
Liberdade das lembranças
Liberdade das cores
Liberdade do verde
Liberdade dos amores
Liberdade dos sons
Liberdade do pensar
Liberdade dos estilos
Liberdade das flores
Liberdade de sonhar com a liberdade!


JANETE MALETICH — Nascida no município de Camaquã - RS, em 29 de junho de 1957. Sócia da Casa do Poeta Camaquense desde 1991, quando foi integrante da diretoria e participou da Antologia II da entidade - "Luz, Poesia, Ação". Em março de 2009 retoma sua eterna paixão: a poesia, participando da revista - "Cidade da Poesia", publicação comemorativa aos 20 anos da CAPOCAM. Filha de Dragi e Oratildes, mãe de Aline e Jamile, avó de Lorenzo. Atualmente reside na cidade de Tapes - RS.

CARMA

© JANETE MALETICH

Na amplidão das ruas
de palavras desertas
passeiam corpos vestidos de dramas

Obstinados vão
adormecendo a dor
dos sonhos dispersos

Amordaçados
seguem o compasso
à indiferença
que mora ao lado

(E quem poderá definir a dimensão exata de cada um?)

Alheia a vida
a alma implode

Trago em mim
cada célula destes seres
autômatos, descoloridos

Carrego em mim
todos eles




GISLAINE WACHTER — Bancária aposentada, nascida em Ijuí,RS. Atualmente divido meu tempo entre Blumenau e Balneário Camboriú, SC. Sou uma pintora que gosta de escrever ou uma poetisa que gosta de pintar... Graduada em Gastronomia. Criar em todos os sentidos me deixa feliz Faço parte da CAPPAZ - Confraria Artistas e Poetas Pela Paz.

MEU QUERER

© GISLAINE WACHTER

Eu quero olhar
Teu rosto encantador
E já sentir um calor
E meu corpo estremecer
Na alegria de querer ...

Eu quero ter
De teus braços abertos
O abraço mais certo
Com um aperto gostoso
Prá começar o alvoroço ...

Eu quero ouvir
Da tua boca
A coisa mais louca
Com um belo sorriso
Prá perdermos o juízo ...

Eu quero sentir
Do teu corpo inteiro
Um abalo certeiro
Num encontro de paixão
Todo cheio de emoção ...

Eu quero curtir
Essa vida de alegria
Ser feliz a cada dia
Ter um amor de verdade
Na mais real realidade ....