POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

sexta-feira, abril 09, 2010

HERALDA VICTOR — Escritora Catarinense, nascida em Araranguá, Poetisa /Atriz/ Declamadora. Pedagoga / Alfabetizadora/ Latu-Sensu Fundamentos Educacionais / Apoio Técnico / Pedagógico; Membro Fundador / Diretora Financeira da Academia Catarinense de Letras e Artes - Cadeira Nº 14; Membro Efetivo / Vice-Presidente do Grupo de Poetas Livres; Diretora Social da Associação Literária Florianopolitana; Mestre de Cerimônia; Declamadora em Abertura de Palestras, Recitais, Conferências, Cerimoniais, Congressos e Feiras de Livros. Participação em Vinhetas e Programas de Rádio; Locutora do Hino “AKÁTHISTÓS” realizado na Catedral Metropolitana de Florianópolis/SC. Narradora de Histórias / CD Vivendo e Aprendendo/ Jornal Missão Jovem; Participação nos Projetos Literários: Viajando com Poesia; Poesia na praça; O Escritor e sua Obra; Doce Poema.
Obras: Quando as Estrelas Mudam de Lugar 2ª Edição; Travessia de Ilusões - O amor pede passagem para a poesia; Nos Degraus do Silêncio - Suaves versos que a vida declama; Atrás de um Pôr- do- Sol - O Amor Resplandece em Versos.
Publicações: Terceira; Quarta; Quinta Antologias do G. Poetas Livres; Antologia - Os mais belos Poemas de Amor /RJ; Antologia Câmara Brasileira de Jovens Escritores/RJ; Antologia dos Poetas Brasileiros Contemporâneos; Antologia dos Jovens Escritores/ RJ; III Antologia Portal CEN-CÁ ENTRE NÓS; Antologia Murmúrios de Araranguá, Poeta Mostra a Tua Cara, volume 6. Publicações em Revistas e Jornais.

AQUELES OLHOS NEGROS

© HERALDA VICTOR

Aqueles olhos negros como a noite,
Carregados de mistério e incertezasPerpassam desnudando a minha alma
Repousam em silêncio no meu corpo.

Aqueles olhos negros como as sombras
Desvendam meus desejos mais secretos
Alimentando de carícias minha pele,
Seqüestram no pensar o meu sossego.

Aqueles olhos negros cintilantes
Encantam as meninas dos meus olhos
Num bailado sedutor e envolvente.

Aqueles olhos negros atrevidos
Possuem o que nenhum olhar consegue:
Ater minha atenção no seu sorriso,
Desejando o belo só em mim...

VANDERLEY CAIXE — Nasceu em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo. É advogado, jornalista e possui pretensões a poeta. Foi preso político, por sua luta contra a ditadura militar. Foi no cárcere que ensaiou seus primeiros poemas, publicados somente trinta anos depois (“19 Poemas da Prisão e Um Canto da Terra”) Participou de várias Antologias: Foi, jornalista na Tribuna da Imprensa, do RJ; coordenador jurídico da pastoral penal do Rio de Janeiro; Assessor jurídico no Escritório do professor Sobral Pinto; Criador, junto com D. José Maria Pires – Arcebispo da Paraíba – do primeiro Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil (ainda na época da ditadura militar); coordenou por vinte anos o Centro de Defesa dos Direitos Humanos/AEP; ex-secretário geral da Associação Nacional de Advogados de Trabalhadores Rurais; “expert” para a América Latina do Instituto Interamericano dos Direitos Humanos; possui centenas de artigos publicados na imprensa brasileira e internacional;
Atualmente é advogado de presos políticos da América Latina, com atuação junto a Corte Interamericana e da Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Assessora o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, nas questões jurídicas.

MEU CANTO DE POETA

© VANDERLEY CAIXE

poeta que canta,
me encanta,
me espanta.
Fala de flores,
dores, amores,
cores,
Descobre o sentimento,
revela lamento,
faz de tudo um tempo.
Faz presente,
faz passado,
embota o atrasado.

Mas o canto é mais que isso,
é o verso do universo,
das gentes alegres e sofridas,
dos trapos desta vida,
Das angústias e da cobiça,
dos bandidos adversos,
penetrando em nossos versos,
rasgando a carne humana,
com bombas de Hiroxima,
do trovão de Nagasaki.
Do urânio empobrecido,
sobre seres humanos,
em crianças,velhos, mulheres,
enfim, em gente como a gente,
gente diferente.

É o lucro perverso buscando pelo
universo.
E, eu de um gesto,
faço aqui,
paralisado em lirismo,
faço meus versos.



STELLA MELLO — Luzia Stella Dias Carneiro de Souza e Mello é natural de Resende, RJ. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1956. Casada. Radicada em Ribeirão Preto, SP, desde l968. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Artista Plástica. Escritora e Poetisa. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras. Membro do Proyecto Cultural Sur, atual 1ª vice-presidente SUR / Brasil – Membro do Conselho Municipal de Cultura-2004 / 06, suplente 2007. Vice-presidente da Comissão Organizadora do SABBART – Salão Nacional de Artes de Ribeirão Preto, SP, criado em 1992. Diplomas, premiações e medalhas em inúmeros Salões de Arte. Participações desde 1978. Diplomas e premiações em concursos de Poemas e Contos. Participação em Antologias de Poemas, de Contos e de Mini-contos. Colaboradora de jornais eletrônicos: Portais: - Movimento das artes – Portal Vânia M.Diniz – Portal Usina de Letras – Portal Recanto das Letras. Autora do romance “EULÁLIA”- Ed. Ottoni (2005), do romance “AMOR SEM FRONTEIRAS” Ed. Biblioteca 24x7-SP, a sair, e Poemas “PLENITUDE”, Ed. Usina de Letras, a sair . Romance “REVOADA”, inédito.

CANTO DE AMOR

© STELLA MELLO

Noite após noite eu te esperei, sonhando...
No despertar da minha juventude,
Nas coisas que aprendia estudando...
Nas coisas que pensei na quietude...

Noite após noite eu te sonhei, pensando...
Fantasiando o que desconhecia...
Nas coisas da vida... Sempre esperando...
Guardando versos e melancolia...

Noite após noite, eu te pensei, amando...
Ao encontrar-te o olhar bem preso ao meu,
Dizendo aquilo que vivi sonhando...
Foi meu sonho de amor que aconteceu!...

Contos de fada... Oh! Eu não sei ao certo...
Um grande amor estava acontecendo...
Encontramo-nos nesse mundo incerto,
E, noite após noite, eu te amei, vivendo!

CARLOS GURGEL — sou artista. porque a vida me chama. como um barco que veleja por entre parágrafos e passárgadas. como peça. um anzol. uma promessa se enrodilhando na tábua de mares do rio que corta a cidade. nasci na cidade que briga com o sol. faróis e latrinas. latidos. tetos cascudianos. e meu pai fiando uma bondade como a fala do povo que se veste de noite, e vai para o meio dos retalhos que as suas faces suplicam. escrevo. para não morrer. falo. por volver. uma busca. uma bússola que se lança como gente surrupiando lentes, imagens e sombras. natal nos natais. cantigas nos quintais. uma esmola verbal? um curativo de f(r)ases que vai eletroentrechocando-se na lembrança de que tudo se espatifa. patifaria de verbos e putaria de esgotos. quadrilha que ladra e afana o afeto das pessoas pobres e corriqueiras. frases como uma crase grave que acusa a revolta da página em branco. vômito de sombras, como um volume de poesia que não escuta correção e coração.
uma ruma de sinais. gravetos e desobediência lingual. uma licença pedida entre uma palavra e outra. um lavoura de idéias e boleias carregadas de pára-choques e descobertas. uma coleta de lixo e léxico. como a diáspora de um vapor que pula letras, e ensaia a fala da rua, encorpada pelo eixo de uma multidão de pontos finais. o mundo, parceiro, é uma deselegância de costumes. o que verdura, são as mãos femininas enrodilhadas de tanto querer.

BENDITO É O FRUTO

© CARLOS GURGEL

uma sinfônica cama
sem escrituras
partituras
esquadrias

só você e sua sincronia
minha cura
como eixo que me arde

mesmo mel
o teu véu
osso, caule, flora

poço
como vinho
que me mele

como troça que se vele
como poça que se rele

uma bruma, uma ruma
um gole, uma gola
que rouca rola
viela, bagulho

como tranço, barco
como vela, lanço, o teu beijo
remanso, o teu arco
lança, eu te vejo

o teu corpo me alcança
descansa:
o que você faz na minha janela?

CHRISTIANE DONATTO — Natural de Natal/RN, Christiane Ramos Donato cresceu em Fortaleza/CE e há 13 anos vive em Aracaju/SE, entretanto tem como lar todo o mundo. Desde os 11 anos é poetisa, contista, desenhista e pintora amadora. Já teve suas poesias estampadas em publicações de pequeno alcance, como jornais de colégio e no Caderno de Estudantes (da Universidade Federal de Sergipe). Iniciou a amostragem, em nível nacional de seus poemas através do site de relacionamentos Orkut, onde duas de suas poesias “Contrastes” e “Gato” foram premiadas em 1º e 5º lugar, respectivamente no I CONCURSO DE POESIAS DAS QUATRO, realizado pela comunidade Café Filosófico das Quatro em 2006.
Inquieta, caótica e perfeccionista, essa poeta de 24 anos não consegue ficar parada por muito tempo. Fascinada por novidades aproveita todas oportunidades de conhecer pessoas, lugares e coisas novas, contudo adora manter em constante atividade o que já gosta e conhece muito bem.
Apaixonada pelas artes escolheu como pano de fundo para essa emoção a beleza que é estudar, interpretar e representar a vida. Dessa forma cursou biologia na Universidade Federal de Sergipe, onde desenvolve pesquisas acadêmicas com fauna silvestre e cavernas.

Passam-se os ventos
Correm as águas
E apagada na areia do destino
Tem o fim de nossa história

Mudam-se as rotas
Trocam-se as notas
E cada música ganha
Outro ritmo e direção

Vem as lembranças
Surgem as esperanças
De um novo momento
Um recomeço
Onde nossos corações
Novamente se encontrarão

.................© CHRISTIANE DONATTO

VAL BOMFIM — Valdete de Jesus Borges Bomfim nasceu em Elísio Medrado, estado da Bahia e atualmente reside em São Paulo – Capital. É casada com Júlio Vieira Bomfim, com quem teve dois filhos, Júlio César e Carlos Vinícius.
É advogada com pós graduação em Direito Previdenciário, contabilista e tem alma e coração de poeta. Participou dos volumes 6 e 8 da Antologia “Poesia do Brasil”, publicação do “Proyecto Cultural Sur Brasil – Congresso Brasileiro de Poesia”.
Escreve em vários sites da internet, tais como:
www.sitedepoesias.com.br/poetas/valbomfim
www.poetasadvogados.com.br
www.recantodasletras.uol.com.br
www.usinadeletras.com.br

LIQUIDAÇÃO

© VAL BOMFIM

Lençóis de cetim
Virgem do farfalhar de prazeres.

Fantasias frustradas
De um querubim desapontado.

Sonhos desfeitos
De amores imperfeitos.

Versos inacabados...
E a alma de um poeta.


VAL ROCHA — Valdecir Rocha Pinto é paulista de Osvaldo Cruz, mas vive em Sorocaba (SP), onde atua como jornalista. Casado com Fátima, tem três filhos (Camila, Andressa e Felipe), as razões de vida e as melhores poesias que construiu.
A relação com a poesia surgiu na adolescência, nas aulas de literatura do segundo grau. Essa relação resultou num sem-número de poemas escritos e engavetados, mas nunca jogados. Alguns são redescobertos agora e integram um livro pronto, mas não publicado “Esculpa, Coma, Engula”. Há também o livro de contos, igualmente não publicado, “Família Podre”.
Participou das antologias “Poetas do Café” (Poemas, volume 1, 2006), “Poetas do Café” (haicais, 2006) e “Poesia do Brasil” (volume 6 e 8), lançadas respectivamente no XIV, XV e XVI Congresso Brasileiro de Poesia de Bento Gonçalves (RS), e “Das Gavetas” (crônicas), lançada em Sorocaba em 2006.

BALANÇO

© VAL ROCHA

Com o balanço do vento
Velhas folhas caem
Saudade no fim do ciclo

Com o balanço do vento
Velhas folhas caem
Esperança na saudade

Com o balanço do vento
Folhas velhas caem
Saudade traz esperança

MARILENE CAON PIERUCCINI — Ocupa a cadeira nº 15 da Academia Caxiense de Letras, no cargo de secretária desde 2002, sendo agraciada como Acadêmica do Ano em 2004-2005. Recebeu em 2008 o título de “Cidadã Caxiense” pelas realizações voluntárias em prol da cultura do município. É membro da Comissão de Avaliação e Seleção (CAS) de projetos culturais desde a sua primeira edição em 2003 e do Conselho Municipal de Cultura desde a sua criação em 2005. Realizou a pesquisa de material e a correção dos textos da obra “Lendas do Brasil” co-edição Brasil/Espanha. Tem as seguintes publicações: “Retalhos de Mim”; “volume nº 4 da Coleção Poetas de Orpheu, Espanha/Brasil: Retales/Retalhos”; “Os Sertões na Teoria de Carl Gustav Jung”; “Retalhos de Uma Alma Nua”; “História do Aço no Brasil”. Antologias: Reverberações; 500 Anos Terra Brasilis; Grandes Escritores do Cone Sul 2; Grandes Escritores do Cone Sul; 500 Outonos de Prosa e Verso; Vigor de Primavera; Reflexos de Outono. “Orelhas dos livros”: Deus não é Estúpido, de Antonio Galiotto; Viola de Rua de Eduardo Dal’Alba; Terra Brasilis, edição luso-brasileira da Abrali.com.br. Contracapa do livro Dos tijolos da Suméria antiga aos bytes da atualidade de Delmino Gritti. Atualmente dedica-se a estudos psicanalíticos, especialmente as Teorias de Carl Gustav Jung, Sigmund Freud e Leopold Szondi. Estudos sobre teorias literárias; sobre escolas de poesia; sobre teorias administrativas (Gestão do Conhecimento); pesquisas históricas; produções literárias; produções artísticas; folclore gaúcho e brasileiro.

PRELÚDIO

© MARILENE CAON PIERUCCINI

No espaço da noite os passos
Da hora que se nega ir embora

Assola lento o tempo aflito
O grito de vento d’alma

Calma, que’inda chora
Os traços de idos abraços

Argamassa, no peito amassa
Desfeito leito, pedaços de você

LUIZA PORTO — Luiza Porto Schartner, natural de São Paulo – Capital. Empresária, esposa e mãe. A poesia está sempre presente no meu todo. Sou uma ativista cultural, que usa como ferramenta a Internet. Meus poemas são voltados à cultura da Paz, do amor, da harmonia entre os povos e da manutenção do equilíbrio do meio ambiente. Minha poesia é realmente engajada na Paz e na Manutenção da Vida na Terra. Participei de três antologias, e estou em fase de preparação de um livro solo. Sou cônsul dos Poetas Del Mundo - zona norte/SP Meus textos podem ser encontrados no site:
http://www.recantodasletras.com.br

LAMENTO DA ÁRVORE

© LUIZA PORTO

Escutem meu lamento:
Estou morrendo...
Cala a voz e a alma,
difícil suportar
as dores da revolta.

Nem flores e frutos
carrego mais...
Seca e só, onde antes
uma floresta verde e
exuberante se apresentava.

Queimaram todas... em vida.
Triste sina, a fauna fugiu
ou foi queimada junto...comigo!

O trinar dos pássaros, rugidos.
Não escuto mais o som da vida
à minha volta.
O único som, agora,
são as motos-serra fazendo
a limpeza final...

Onde irá parar a maldade
dos homens?
Continuarei em pé!
Sou guerreira, forte, altaneira
até tombar num último suspiro.

JOSÉ APARECIDO KRICHINAK — Nasceu em São Bernardo do Campo, são Paulo, em 10 de janeiro de 1964. “Escrever textos poéticos é dialogar com a nossa Língua, com o Ser que vivemos e nos habita, trazer a tona fragmentos de transcendência íntima, histórica; experiência única, porque plasmada numa vida e, universal porque em sintonia com o cosmo e com a vida em si, humana, cultural”. ( Zée)
“Sou um cronista de mim mesmo, da cidade também, sigo referências poéticas no que está em nós e também na arte e nas leituras e culturas. Referências vêm de vidas, filosofias, da convivência, divergência com outras poéticas. Escrever com passos, letras, cores, voz e luz. Um agradecimento a tudo que é vida, aos amigos, pelo que gerou, geraram de poético em mim”.

UMA PALAVRA

© JOSÉ APARECIDO KRICHINAK

uma palavra pode mudar tudo
tato, coração não mudo

uma palavra pode dizer tudo
olhar, lábio umedecido

uma palavra pode estar encantada
silêncio, dourado presente

uma palavra pode ser sopro
vida, pra ti ar

uma palavra pode nos unir
ouvir, voz plena, voz sim

HELIANE AZEVEDO — Heliane Gomes de Azevedo, Psicóloga, natural de Belo Horizonte, com ampla experiência na área educacional e empresarial, ministrando cursos, proferindo palestras. Sua experiência profissional inclui a presidência da Cooperativa de Tecnologia Empresarial e Educacional. Docente em vários cursos de Pós-graduação. Consultora empresarial, tendo participado de diversos fóruns, debates, ciclos de palestras em todo território nacional. Pós Graduada em Docência de Ensino Superior, em Consultoria Organizacional, em saúde mental, e em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Administração. Seu hobby principal é escrever poesias, compor músicas, rodas de amigos e curtir a família. Participa regularmente das antologias do Congresso Brasileiro de Poesia.

PRESSA

© HELIANE AZEVEDO

De que me vale esta pressa e ansiedade
Se me perco em seus passos...
Se os sonhos são velozes rompendo o hoje
Sem viver cada momento com gosto e prazer.
Me perco no compasso e a música desafina,
Saio sempre da rotina em busca de teus braços
Que reclamam e queixam de tudo que há em mim
Tento ser o que você espera
Mas nunca alcanço seu desejo
Me perco tentando acertar
E descubro que ser o que não sou
Só neutraliza este querer.

DOROTY DIMOLITSAS — Doroty Barboza de Jesus Dimolitsas nasceu no Acre, em Sena Madureira, criada em colégio de freiras. Trabalhou e se preparou profissionalmente no 5º Batalhão de Engenharia e Construção em Porto Velho/RO. Atuando na área da saúde, esteve presente na construção da cidade de Vilhena. Mudou para São Paulo em 1969 e prestou concurso para o governo federal (hoje aposentada) onde trabalhou no Hospital Brigadeiro. Laboratorista com vários cursos de especialização em Hematologia Bioquímica, Hemoterapia, Citologia e Citoquímica. Bacteriologista, com curso de Puericultura e Educação Sanitária, participou de várias atividades nacionais de vacinas contra a poliomielite e foi membro da Cipa. Fez estágio em Análise Clínica na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Paulo. Trabalhou também no Hospital Ipiranga, no período de epidemia de meningite, atuando ativamente na elaboração de exames para definição da doença.
Participa de vários cursos na Casa das Rosas, espaço Haroldo de Campos: Ciclo de Leituras e Análise de Poemas (Professor Dr. Antonio Lázaro de Almeida Prado), Viagens e Deuses da Mitologia (Professor João Ângelo Oliva Neto), Poesia Falada (Professor Pedro Tostes), Encontros e Desencontros (Professora Eliana Fittibadi), Textos em Movimentos (Professora Ana Roxo), Mitos Literários, (Professor Roberto Zular), Leminskiadas (Professor Fabiano Calixto), A Poesia e a Critica (Professor Reynaldo Damazio), Ciclo de Conferência (Professores João Ângelo Oliva Neto e Marcos Marinho dos Santos), A divina Comédia (Professor Lázaro de Almeida Prado), Dança e Poesia e Textos e Leitura, Ministradas na Biblioteca Alceu Amoroso, além de 150 horas de Aulas de Rascunhos Poéticos (Professores Carlos Savasini, e Osvaldo Pastorelli).
Coordenadora do Núcleo Cultural em São Paulo, do Proyecto Cultural Sur/ Brasil, com Publicação e participação em12 Antologias, sendo que “Poesia do Brasil” (volume 6) e “Café Filosófico das Quatro” foram lançados no Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves/RS.

LABIRINTOS

© DOROTY DIMOLITSAS

Nos degraus do dia a dia
A procura, o caminho, os corredores.
Até onde leva a retina...

No mundo sem direção
Alma fechada,
Abrindo e fechando malas,
À procura da vida.

A inconstância, a indefinição.
Lutas internas, a porta, os caminhos,
O ponto de partida.

CLÁUDIO CARDOSO — Cláudio Cardoso de Andrade Costa nasceu em Belém do Pará, poeta, escritor e compositor. Participou das antologias “Poesias reunidas pelos mortais da vida”, organizada pelo Clube do Escritor Paraense “Poesia do Brasil” – Volume 6 e “Poeta, Mostra a tua Cara”, volume 5, publicadas pelo Congresso Brasileiro de Poesia. Publicou os seguintes livros: “Simbiose” (poemas e pensamentos), “Filha do Oriente” (romance ambientado no deserto do Saara), “Sina Nordestina” (poemas e cordéis nordestinos, em parceria com os poetas Jeová de Barros e Apolo da Caratateua). Também edita livros de outros escritores com a editora CROMOS - Livros artesanais. Participa de saraus em escolas e faculdades em Belém – PA.

A NOITE DOS DESEJOS

© CLÁUDIO CARDOSO

Se te faz imaginar, que ninguém sofra nesta noite
Que o homem seja homem, não um animal bruto,
E que a dor do outro seja a sua dor.

Que todo o mal desapareça da face da terra
E que ninguém morra de fome, de frio e nem de sede,
Que tua filha cresça com a certeza que será feliz
E teu filho fará de tudo para que esta felicidade
se concretize.

Que, nesta noite, o amor seja mais do que
Um sentimento abstrato e se torne concreto...
Palpável...visível.

Porque o Deus se fez carne e veio entre nós...
E fez com que a capacidade de perdoar
Fosse maior do que o sentimento de vingança,
Na noite dos desejos.

EGUIMAR CHAVEIRO — Eguimar Felício Chaveiro é professor da Universidade Federal de Goiás. Doutor em Geografia Humana pela USP; membro da Sociedade Civil Sócio-ambientalista Jacarandá da Pedra; membro fundador da Lavourartes e membro da Associação dos Geógrafos Brasileiros (Goiânia). É autor de vários ensaios científicos e de livros que interpretam Goiás Publicou livro “A Vida é um Engenho de Passagens”.

VATICÍNIO

© EGUIMAR CHAVEIRO

Peguei uma folha em branco
E fui para o banheiro
Enquanto ouvia os meus restos orgânicos
Padecerem na descarga
Escrevi um poema de amor

Depois percebi que
Não havia papel higiênico

Dessa vez o meu poema
Entrou pelo cano


BENVINDA PALMA — Benvinda Leite Palma, nasceu em Londrina/PR, aos 23/07/1953. Formou-se em Letras Anglo-Portuguesas pela Universidade Estadual de Londrina em 1976. Foi professora nas disciplinas de inglês /português e tradutora nas línguas Inglês-Português e Espanhol-Português. Atualmente, aposentada, viúva, adotou a poesia como fiel companheira. Participou da Antologia “Poetas do Café” – Volume 1, lançada no XIV Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS, no período de 02 a 07 de outubro de 2006. Em 2007, participou da Antologia de contos e micro-contos “Folhas ao Vento”, da Andross Editora, e da Antologia do Proyecto Cultural Sur-Brasil “Poesia do Brasil”, Volume 6, lançada no XV Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalve-RS.

UMA RECEITA

© BENVINDA PALMA

Pegue um pedacinho do céu,
de preferência com
uma constelação de estrelas-
as mais brilhantes,
Lua cheia,
Sol do amanhecer,
Arrebol,
Um arco-íris no horizonte,
acrescente as nuvens
em ponto de neve,
vá mexendo...

Jogue um pouquinho
de água da fonte,
do mar,
dos rios,
cascatas...

Mexa novamente,
Acrescente
a terra molhada,
flores perfumadas,
ciprestes em movimento,
nunca despreze o vento!

Deixe levedar um cadinho,
observe os passarinhos,

volte a mexer.
Por último,
para dar o sabor,
acrescente o amor...
Está pronta.
Sirva ainda quente,
e não esquente
se ninguém gostar!