POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

sexta-feira, abril 02, 2010

FRANCE GRIPP (Francirene Gripp de Oliveira) — Nasci em Governador Valadares, MG, em uma rua denominada Castro Alves, e logo descobri o orgulho deslavado de ser esse endereço favorito, marcado pela poesia. A paisagem do vale do Rio Doce, onde primeiro indaguei a ordem íntima das palavras, foi-me pródiga em apelos e afetos. Desde então, o calor e o gelo das paixões assinalaram os desejos, e o que se impõe a ser escrito, tenho tentado. Lá nasceram também outros sonhos, minhas filhas e filhos, as quatro edições luxuosas da literatura de que somente a vida é capaz. Atualmente, resido em Belo Horizonte, onde em 1994 publiquei Eu que me destilo, seleção de poemas. Em 1998, uma pequena ode, Vinte Lições, foi publicada pela Editora Dimensão. E contos, poemas e crônicas participam de coletâneas diversas. Em 2002, recebi um presente precioso, Luanaluz, o disco do compositor Basti de Mattos, em que seis poemas são parceiros de suas belas canções. Fora do expediente literário, leciono leitura e produção de textos em língua portuguesa, com muito prazer, com certeza. Mas quero mais é poesia.

SECO

© FRANCE GRIPP

A primeira chuva, a primeira
traz o poeta e seus desertos calcinados

os sentidos
queimam

os olhos e os desejos do poeta
lá, onde a areia se derrama
e voluteia, mar sem água
inesgotável
burburinho seco
para suas mãos sem asas.

O ser, esse deserto ilhado
ilha imensa, atônita
fustigada
tormentos e ressacas
vozes
impactos, ondas estrondosas
primeiro e último porto
e naufrágio.

GUILHERME MOSSINI MENDEL — É um poeta de Erechim-RS. Tem 22 anos de idade, escreve desde os 15, e cursa Letras na URI – Campus de Erechim. Já possui dois livros publicados pela EdiFapes: “Humano Expresso” e “Humano Impresso” os quais revelam uma grande evolução por parte desse jovem escritor. Além disso, Guilherme participa do “Café Cultural de Erechim”, que desenvolve um trabalho muito importante no incentivo e na divulgação dos artistas regionais, nas áreas de Letras, Artes, Música e Esportes.

NÃO CONFUNDA

© GUILHERME MOSSINI MENDEL

Leis são limites,
Mas limites não são leis!

Reis são governantes,
Mas governantes não são reis!

Seis são seus amantes,
Mas seus amantes não são seis!

[...]

Leis nunca serão governantes,
E governantes nunca serão leis!

Reis nunca serão seus limites,
E seus amantes nunca serão reis!


AMANDA PETZHOLD — É natural de Getúlio Vargas,RS, tem 22 anos de idade e cursa Letras (Inglês) na URI – Campus de Erechim. Escreve poemas desde os 14 anos, mas só agora resolveu tornar público aquilo que sempre fez intimamente. Intimidade, característica que fica evidente nos seus leves e adocicados versos.

ENTARDECER

© AMANDA PETZHOLD

Sentada à beira-mar
Olhava o infinito,
E o sentimento de solidão
Ia-se com o vento,
Leve e solto
Como os seus cabelos.

O vestido branco
Roçava a areia,
Que lhe salgava a pele
E adocicava a alma,
Seu retiro interior.

Ao longe,
Uma brasa vermelha
Descia de encontro ao mar;
E o vento empurrava
Delicadamente as ondas
Que vinham morrer aos seus pés.

Neste entardecer
Uma rosa lançou ao mar,
Gratidão de tantas vezes
Ter-lhe ouvido em seu silêncio.


CELSO AFONSO TABAJARA — Celso Afonso Cavalcanti de Albuquerque Tabajara Nasceu em Itaqui - Rio Grande do Sul, em 09 de janeiro de 1952 de onde saiu com 10 anos de idade e vai morar com os pais em Porto Alegre, capital do estado, onde reside até hoje. Herdou dos pais o gosto pelas artes, literatura e poesia. Formado em Comunicação Social - Relações Públicas - pela PUCRS em 1977. É Consultor Especial em uma Fundação do Governo do Estado, vinculada a área da Secretaria da Cultura.

AH... COMO TE QUERO

© CELSO AFONSO TABAJARA

Quero te sentir completa... Inteira...
Sem meios, sem partes, sem limites, sem fins...
Com arte... Sim, muita arte...
De sentir, de fazer, de amar, de ser, de dar,
de entrega total, de loucuras, de paixão...
Quero te sentir completa e completar teus espaços...
Os vazios, os lacônicos, os atônicos, os sensíveis,
os possíveis e os impossíveis...
Ah como quero! Quero ser, ter, possuir...
Quero me perpetuar em ti e por ti ser perpetuado...
Quero plantar minhas raízes dentro de ti
e velas germinar dentro de mim...
Quero ver os limites do imaginário...
Imaginando o ilimitado do teu ser...
Quero estar, quero haver, quero ter...
Quero tudo, mesmo quando nada for possível,
mas quero...
Quero muito realizar e me realizar em ti,
nem que seja por segundos...
Pois pra mim serão eternos!

ALZIRA DORNELES BÁN — Bióloga com Mestrado em Botânica sistemática. Foi Diretora do Colégio Estadual D. Henrique e publicou pela Editora Sulina “A nova Escola – Gerência Científica”. Presidiu por oito vezes a ASSAMED – Assoc. Moradores do Bairro Menino Deus. Fundou em dezembro/1999 o jornal da entidade e a Biblioteca Comunitária “Gen. Yedo Blauth”. Realizou a construção da Sede da ASSAMED, em 1995. Com o poema “Criação”, venceu concurso internacional que premiou a autora com viagem aos Açores, em 1991.

SAUDADE

© ALZIRA DORNELES BÁN

A alma despe o coração
desnudando a hóspede
saudade
de um acontecimento
pessoa
luar
até de um objeto
que perdeu o nome
a força
mas deixou uma história
um rastro
um cheiro
uma luz
ou apenas
um brilho
um som
um gesto
que não se pode ter de novo
por isso
não tem repetição
tem força mas
é um vazio
uma ausência

por isso
todas saudades são
alicerces
liames
raízes
do EU

ALBA ALBARELLO — Nasceu em Erechim-RS, onde teve a sua formação e vive até hoje. Arquivista, Professora e Funcionária Publica Estadual jubilada. Exerceu o Magistério nas Escolas: Instituto Anglicano Barão do Rio Branco, São José, Medianeira e SENAC. Participa ativamente na dinâmica cultural do município de Erechim e região Alto Uruguai. Atuante da Liga da Defesa Nacional da Região Alto Uruguai. Colaboradora do Arquivo Público Municipal Juarez Miguel Illa Font, Biblioteca Pública Municipal dr. Gladstone Osório Mársico. Representa Erechim-RS no movimento poético cultural internacional Poetas del Mundo, exercendo a função de Cônsul. e também o Movimento Cultural Abrace. sediado em Montevidéu. É Presidente do Movimento Cultural “Café Cultural de Erechim”. Participa anualmente do Congresso Brasileiro da Poesia em Bento Gonçalves-RS, e do Proyecto Cultural Sur/Brasil. É editora da Revista Café Cultural Boa Vista de Portugal. Participou de vários trabalhos em antologias poéticas, revistas e jornais. Seu último livro publicado foi “Palavras Soltas e Reminiscências de Erechim”.

SONHANDO COM A POESIA

© ALBA ALBARELLO

O sol brota para todos
e a chuva também,
goteja o dia
sob a garoa fina.
A lua traz seus cantos,
suas melodias, suas memórias,
suas histórias e saudades.
Nas minhas artérias viaja o sangue da poesia?
Sangue que não é preconceituoso.
Não apresenta época,
acolhe o tempo distante,
está sempre na minha mente,
em todos os momentos.
Chora nos ombros de alegria,
O poeta!
Transmite a arte que
transcreve pela palavra.
Recria a realidade,
nestes sonhos, sobre algo ou alguém,
pensa com emoção,
sobre a vida que se tem.
O sentimento é real,
consegue ver a magia,
da poesia..

MARISA VIEIRA — Poetisa brasiliense, nascida em 28 de maio 1972, mora no Rio de Janeiro desde 2001, cidade fonte de inspiração. Escreve desde os tempos de escola. Começou divulgar seus poemas recentemente. Radialista / Locutora – DRT / DF, rádio é uma de suas grandes paixões. Atualmente desenvolve Network Marketing. Transita bem pelo universo cultural de Brasília, em especial na Cidade Satélite Taguatinga, curtindo e apresentando shows musicais, projetos e diversos eventos culturais, dentre os quais destaca (por amar dança) festival “Taguatinga Dança”, com direção e produção de Junior O’Hara. Ainda em Brasília / DF, como voluntária ligada ao Instituto Candango de Solidariedade, lia e gravava fitas cassetes de livros, apostilhas para alunos com deficiência visual — em bibliotecas ligadas à Fundação Dorina Nowill para Cegos. Poemas publicados no site do Jornal O Rebate DE Macaé (RJ)

PLURAL DE MIM

© MARISA VIEIRA

Um momento penso em ir
No caminho
algo novo acontece
A alma de súbito agradece,

Em suspiro emite um sinal:
“Vamos ver o que acontece”
Nesse vai e vem de pensamentos,
sentimentos, emoções

Percebo assim:
Sou plural de mim,
Plural em mim...
Quem nunca se sentiu assim?

Sou várias,
Ao mesmo tempo, uma só
Plural de mim,
Singular!


ENISE CARONE — Sou uma pisciana nascida no dia 8 de março em Bragança Paulista. Adotei a cidade de São Paulo no momento de cursar a Faculdade de Educação Física na USP. E aqui fiz minha vida... Trabalhei como professora em escolas públicas e particulares. Depois de filhos crescidos, as arvores florindo, escolhi as palavras como ferramenta para aparar algumas arestas. Coloquei nelas um tempero suave e tentei acertá-las de uma forma coerente, com ritmo e algumas rimas. Daí os poemas foram nascendo na poesia que havia em mim. Nem acreditei que, dentro dos meus vôos rimados, ela fosse aparecendo e vencendo minha timidez. Fui me arriscando a mostrá-las para os amigos, que por serem amigos diziam – Que linda! E meu vôo foi mais alto, expondo meu pensar, meu sentir, meu sonhar e assim, graças a força dos que falavam, o mundo precisa conhecer o que você escreve, não deixe tudo ficar numa gaveta. Então, num ataque de coragem e o medo vencido sentei para organizar meus escritos. Não há caminhos temidos, mas repartir os sentimentos é temeroso. Ao colocar uma letra enfeitada, com palavras ornadas de amor, medo, angustia, fúria, carinho e outras tantas ousadias, fui construindo a cada dia minha poesia. Não tenho estilo próprio, talvez aí resida meu estilo. Nem sei se nasci para poetar, mas o meu destino me fez seguir este caminho, as nuvens me mostraram para onde deveria ir meu movimento e fui seguindo o trajeto do vento e estou aqui. As metáforas me ajudam e muito a buscar o que quero dizer sem falar. O ritmo é meu eterno parceiro e junto com a musica, eu passeio pelos campos da minha imaginação, fertilizo minha inspiração e a cada palavra que deixo cair no papel são como as folhas que voam pelo tempo em busca de um chão... Talvez, ao publicar meus versos, alinhados ou não, rimados ou não, loucos ou não, eu esteja perto da entrada para uma certa felicidade ou ela é que tenha me encontrado. Quem sabe!

TELEPATIA

© ENISE CARONE

Encante-me!
Sem que eu saiba
Onde começa o teu riso
Ou termina o teu pranto.

Encante-me!
Sem que eu conheça
As estampas da tua agonia
Nem onde deitam teus medos.

Encante-me!
Com a lua a brincar
De encher e minguar
No céu de tuas magias.

Encante-me mesmo!
Sem fazer de conta
Que a força da minha onda
Não afronta
As marolas da tua calmaria.

Encante-me!
Deixe o teu rastro
Nas minhas noites vazias
Conte-me qualquer história
Que saia da tua cartola...de fantasias.

Surpreenda-me!
Faça com que em tua trajetória
Teus aromas em mim se encalhem
Mesmo que teus encantos se espalhem
Ainda assim... por telepatia...


LENISE MARQUES — É natural de Quarai (RS) e reside atualmente em Jaraguá do Sul (SC). É formada em Engenharia Elétrica pela PUC de Porto Alegre e trabalha com projetos elétricos industriais. É leitora voraz desde que aprendeu a ler e escritora há pouco tempo. Observadora da natureza e do comportamento humano tira dessas observações matéria prima para seus contos, crônicas e principalmente poesias.
Participou da Antologia “Poetas pela Paz e Justiça Social”, em 2.007, e de “Poesia do Brasil” volume 7, em 2008.

AQUÁRIO BLUE

© LENISE MARQUES

Hoje minha sombra esgueirou-se
sorrateira, alheia à mim.
Hoje pesou mais a solidão
e a sensação de ser uma estrangeira,
entre os que deveriam ser meus iguais.
Hoje, acenou-me a saudade
de um lugar onde nunca estive,
e apertou-me o coração
com sua escura mão!

Fiquei aqui... tão única! Tão só!
Olhando pela janela
qual um peixe através
do vidro do aquário.

Só... que a água,
está do outro lado.


VALLENTINE (POETISA MENOR) — Nasceu na Cidade de Barra do Pirai/RJ e no ano seguinte a família transferiu a residência para a Cidade do Rio de Janeiro, onde morou até 1998. Bacharelada e Pós-Graduada UFRJ e IBEH de SP, na adolescência era apaixonada por Neruda, Drummond e outros poetas, costumava rasgar seus próprios versos por considerá-los excessivamente fracos. Foi no final de 2007, ao descobrir o movimento da poesia no Orkut, que decidiu a voltar a esta experiência fascinante de escrever. Participou da Antologia À Flor Da Pele de 2008 e seus poemas vêm sendo publicados por alguns amigos em diferentes blogs. Seu nome artístico, Vallentine, é uma derivação do sobrenome Valente, uma homenagem ao seu bisavô paterno, escritor e poeta amador. Sente-se uma eterna leitora-escritora-aprendiz diante dos poetas mais experientes, motivo pelo qual se sente muito confortável, ao referir a si mesmo como: “uma poetisa menor”. Dentro das poesias que apresenta nesta antologia, destaca “Um Amor em Dia Gris, por gostar de poema narrativo, escrito na terceira pessoa; o poema “És Sândalo”, por ser uma declaração de amor, que ficou escondida na gaveta há quase dois anos, e o poema místico “Ventos Luminosos” que se refere ao “Sopro Divino” da Criação. Sua maneira de escrever é bem simples e descompromissada de qualquer movimento estilístico, mas deixando agora, fluir sua inspiração com imenso respeito e ternura.

VENTOS ILUMINADOS

© VALLENTINE

Sou da canção o movimento
e o vento atemporal
em flores balançando biografias
palavras perfumando histórias
néctar da clorofila e da flor.
Um raio e mergulho profundo
no amor e no além mundo
no transitório dos séculos.

Vento e Salamandra!
Força de mim
em tuas velas e caravelas
Formas e sonhos!

Grito teu nome, ecoam oceanos.
Ascendo com tudo ao teu céu.
Voz em soprano ligeiro ventando amor!
Um perfume fogo!
Um eco!
Um vento luz!


TEREZA LIMA GONDIM — Não me pinto não me faço — olhos garços de criança — janela aberta que me vê mudam de tom a cada instante: Amarelo verde da montanha esverdeado da correnteza estampado de lembranças retratam às vezes incerteza Cores mutantes nessa busca mostruário em um caminho quem sou... para onde vou? O ponto visível... serei eu? Se não sou e não me faço imaginem nos meus versos.

PARA ALÉM DOS MONTES

© TEREZA LIMA GONDIM

manchas verdes na planície
sombra da folhagem ao longe
juazeiros somem com as estrelas
caatinga um vermelho indeciso

manchas brancas são ossadas
círculos — vôo negro de urubus:
desejos de carniças moribundas
entre caminhos espinhos e seixos

de rês perdida, nem um berro
uma fazenda deserta sem vida
seu morador assim fugindo
agora olha os rios que secaram

com sede beberam o caminho
frágil sai de bolsa a tiracolo
segue depressa machuca a areia
sonha o próximo pau-de-arara...


ANA LUIZA KAMINSKY — Pintora e poetisa, a sonhadora Ana Luisa nasceu em Erechim, RS, em agosto de 1966 e vive em Florianópolis, SC, desde 1985. Cursou Letras na UFSC e concluiu Mestrado em Literatura Brasileira na mesma instituição , em 2002. Desde cedo apaixonou-se pelas letras e imagens, e dedica-se à pintura e poesia desde a infância. Fez cursos de desenho e pintura, flauta e piano na Escola Municipal de Belas Artes , em sua terra natal, e continuou pintando a vida depois que pousou na Ilha da Magia. Tem alguns trabalhos, poemas e ensaios de crítica literária, publicados, e expõe suas pinturas algumas vezes por ano, em galerias de Florianópolis e São Paulo, e em mostras coletivas e individuais. Sua paixão pelas artes mantém as asas da alma abertas à aventura da existência, cuja estética é a mais delicada, complexa, mágica, misteriosa e bela. Ana Luisa trabalha em seu atelier, no centro de Florianópolis, onde dá aulas de desenho e pintura, sonha, escreve e tece sonhos azuis...

ASAS...

© ANA LUIZA KAMINSKY

Apenas partículas, penas
restos e sombras, plumas
riscos e sonhos, traços

rastros de asas rosadas

cinzas azuis e brumas
entre vôos, pinceladas
mil volteios e viagens
delicadas an-coragens
no seio das madrugadas
no violetanil, vertigens
em teu céu revisitado...

Apenas partículas, gotas
sobras, respingos de luz
sinais de desejo, doçura:
saudade aveludada e densa
do sorriso solar, da ternura
nesta manhã lylás manchada
de chumbo-cobalto, escura...

Apenas partículas, grãos
letras e luas aguadas
lembranças de loucuras sãs
aquarelas, memórias aladas
nas curvas noturnas, nos vãos
insistem e cintilam, dançantes
estrelas, entrelinhas, estradas...

FLAVCAST — Meu nome é Flávio Augusto Castorino, nasci em 1962, sou natural de São Paulo, capital. Sou formado em Psicologia. A arte entrou em minha vida ainda na infância ao conviver com o pintor acadêmico, Eugênio Acosta, este contemporâneo de Pablo Picasso. Na adolescência estudei desenho e ilustração na Escola Panamericana de Arte por 3 anos. E foi nessa época que comecei a escrever meus primeiros poemas. Em 1981, fiz minha primeira exposição, uma “coletiva” de ilustrações, no Clube Sírio Libanês, em São Paulo. Cursei as faculdades de Belas Artes e Faap (SP) nos cursos de artes plásticas, mas não as conclui. Em 1983, deixei o curso de artes para estudar psicologia na Universidade Paulista (UNIP-SP). Após o termino da universidade, estudei Psicodrama no Instituto Sedes Sapientae (SP). Já fui acompanhante terapêutico, psicólogo clínico (onde realizei atendimentos individuais e em grupos), gerente de Recursos Humanos, atuei em hospitais psiquiátricos e na área social como Educador de Rua na extinta Secretaria do Menor do Estado de São Paulo. Em 1995, através de um convite, voltei à área de artes. Comecei a conhecer o design gráfico digital. Dessa época até hoje, passei pelos ramos da moda, da publicidade, da ilustração, comunicação visual e eventos. Hoje trabalho como freelancer para produtoras de eventos no segmento de cinema. E a poesia, ocupa um espaço cada vez maior em minha vida. Tanto no sentido literário como plástico. Nesse momento em que me encontro, voltei-me para a montagem de uma exposição de “Poesia Virtual”, na qual devo mostrar objetos como, porcelanas, tapetes e móbiles em que a poesia compõem o objeto e este passa a ter em si, agregado um aspecto cultural e artístico além da sua utilização prática. Espero que meus poemas toquem seus sentimentos e você e queira conhecer mais o meu trabalho. Será um enorme prazer.

ASPARGOS VERDES

© FLAVCAST

Aspargos verdes
Nunca comi

Meus versos
Mais relaxados

Espalhado
Pelas crateras
Desencano
Dos meus enganos

Raspo as unhas nas paredes

Jogo um som
Largo meus ombros
Do peso dos acertos

Preciso de tigelas
Aquelas pretas
De barro

Escrever receitas

Lapsos
Embaraços
Alguns pedaços
Espalhados

Não vejo a hora
De fazer calor
Pra ficar
Pelado.

KÁTIA PÉROLA — Kátia Claudino Caetano Pereira, a “Kátia Pérola”, nasceu no berço de José Claudino Caetano e de Odíla Scavassa Caetano cordando ao mundo em Assis, Estado de São Paulo, em 3 de fevereiro de 1963, passa sua infância e meninice em Ourinhos, agora o reduto de seus sonhos e escritos. “Arrebatamentos à flor da pele” é fruto de um convite ao qual abraçou sendo seu primeiro e-book... Em seu currículo como poeta conta ainda com a participação na Antologia “Delicatta IV Prosa e poesia” e no II Concurso de Poesias de Ourinhos. Suas linhas são soltas a olhos atentos e apaixonados em vários sites de exposição poética como: “Recanto das letras” e “Portal Antonio Poeta”.

ALMA

© KÁTIA PÉROLA

Como numa chuva que cai calma,
Deixe que eu reviva a saudade
Que invade minha alma...
Deixe que eu mostre
A vida que estou começando
Deixe-me em seus encantos
Macios como no sopro da brisa.
E em cada olhar seu de ternura,
Acorde minhas esperanças
Para que em meu coração
A força celeste renasça
Na concha de seus braços,
Minha vida marcada com seus traços.

IBERNISE MARIA MORAIS DA SILVAÉ Poeta, Escritora Brasileira. Formação Acadêmica: Engenheira Agrônoma, Engenheira de Segurança do Trabalho, Pedagoga, Historiadora-MS. É Fiscal Federal do Ministério da Agricultura - Aposentada. Exerce Assessoria de Projetos. Natural de Recife (PE). 58 anos. Seu projeto de poesias envolve três temáticas: Filosófica, Educativa e Romântica. É autora do "Método de Ibernise para Fazer Poemas". Ebooks românticos para download gratuito: Paixão Arde, Desejo Trai Vol. I, II, III IV e V; Caminhos e Descaminhos do Ser Vol. I, II, III; Ser Fraterno vol. I e II. Link para acessar sua produção literária: www.ibernisemaria@prosaeverso.net ou www.ibernise.com

DOCE ABRIGO

© IBERNISE MARIA MORAIS DA SILVA

Tentando o amor in...possível
Temos nosso abrigo na alma
Nesta chama de ardor visível
Uma promessa velada espalma...

E nada vemos além desse amor
Que em nós se move in...visível
Numa amplitude sutil e indolor
Tentando o amor in...possível

Tempo abono e impedimento...
Uma cachoeira a correr calma,
Salvaguarda, em cada momento,
Temos nosso abrigo na alma

Tudo vale nesta sutil sedução
Mesmo no sentimento divisível
Pois inteiro não vale o coração
Nesta chama de ardor visível

As metades se unem, se fartam,
Consolo na solidão que acalma
Beijos selados, medos apartam...
Uma promessa velada espalma...


LUCY REICHENBACH — Heterônimo de Maria Lucia Ferreira Barbosa, nascida em 28 de outubro, formada em Direito pela Universidade Estadual de Londrina e pós-graduada em Direito Ambiental pela Universidade de Castilla La Mancha, Toledo-Es. É Promotora de Justiça aposentada e dirige uma sociedade de advogados em Londrina, Estado do Paraná. Em 2004 retomou o hábito de escrever em versos. Seu estilo é o de versos brancos ou livres. Preocupa-se mais com a mensagem e menos com a métrica, rima ou ritmo. Publicou seus poemas pela primeira vez em Cantos do Mundo, uma antologia cooperada luso-brasileira pela Editora Abrali, mantém a Oficina de Poeta (www.oficinadepoeta.org), seu site www.lucypoesias.com, além de dispor de uma página no portal www.abrali.com. Tem no prelo sua primeira publicação solo, com o título Meta-Morfose pela editora abrali em data ainda indefinida.

RÁBULA DA POESIA

© LUCY REICHENBACH

Sou ignara da estrutura poética,
não sou poetisa nem menestrel,
tenho rudes noções de estética,
mas tomo a pena como ao pincel!

Por norte tenho minha emoção
que expresso sem compromisso,
tecida nas malhas deste coração,
ali derretido, algures insubmisso...

Poemas, de versos, ou de prosa
importa conter naco de poesia,
podem mostrar uma alma furiosa
ou uns versos com sediça ironia

Versos loucos, nihil, dadaísmo
o tema pode ser um panejírico
e até apresentar subliminar lirismo
ou assumir feições e tons satíricos

Tudo é vão, que restou dos sofistas?
Sua eloqüência jaz na vala tétrica
Igual destino tiveram os puristas,
todos viajantes míticos desta terra...

Não me seduz a fama ou a glória,
já as tive e provei noutras searas...
Fugazes e escorridas da memória,
vão-se todas! E levam até a tiara...


TEREZA DA PRAIA — “Tereza da Praia” é o nome escolhido por Leny Silva para desenvolver atividades no campo da literatura. Nascida em 26 de maio, em Brotas, na chapada diamantina, no Estado da Bahia. Foi para Brasília com sua família, em 1959. Estudou Pedagogia, especializando-se em didática geral, didática da linguagem e da matemática. Depois formou em Direito, pós-graduou-se em Direito Constitucional. É advogada. Iniciou-se nas letras escrevendo artigos de cunho técnico-jurídicos nas área do direito ambiental e urbanístico., bem assim como na área processual. Escreveu artigos sobre a Alienação fiduciária de bem imóvel; Defesa judicial do Meio Ambiente, entre outros, publicados em jornais e revistas especializadas. Publicou livro comentando o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Em 2002, por intermédio da Internet, começa a escreve poemas e prosa poética. É Cônsul de Poetas del Mundo para a região do Cruzeiro em Brasília, Distrito Federal. Participou de várias antologias poéticas e breve estará lançando seu primeiro livro de poesia:”Vadiação de uma alma indecente”.

CESSAR FOGO

© TEREZA DA PRAIA

Retira as tuas tropas de ocupação
Das terras assoladas
do meu coração.
Diga-me agora
O que fazer com nossos mortos,
O que dizer a nossos órfãos?
Sepultar o sonhos, os projetos jogar fora.
Assinar o acordo de paz,
partir sem olhar para traz.
Dizer que não há mágoa
Que a vida é como um rio
Que tudo leva em suas águas...
Quem alugará a cidadela arruinada,
O paraíso perdido,
A casa da alma abatida?
Com quem ficará o espólio do nada?
Quem ficara com a esperança
Como herança da vida ida?!


VALTENCIR GAMA — Valtencir Kubaszwski Gama, camaqüense, nasceu em 16 de janeiro de 1972. Advogado, foi presidente da Casa do Poeta Camaqüense em duas oportunidades, sendo que no final de sua gestão em 1999 a entidade inaugurou sua sede na praça Cel. Silvio Luiz em Camaquã/RS. Participou de outras coletâneas poéticas e está organizando uma obra individual. Dedica os versos à sua esposa Gislaine e à filha Alice, fontes eternas de constante inspiração.

TEMPO DOS DEUSES

© VALTENCIR GAMA

Como possuem tempo os deuses.
Por isso eu quisera ser um.
Brincar de relógio
Sem medo de despertar

E que partam os ponteiros
Das horas que ainda não vieram
Multipliquem-se, tal pão e vinho,
Pois embebedo-me do tempo

Agora sou imune
E não mais escrevo estórias.
Posso vivê-las todas
E não me preocupar com a memória

Só não entendo o gosto do bolo
De meus aniversários.
Não tem mais o cheiro das primaveras
Parece bolo comum, de inverno sem chuva

Será que o desejo se realizou?
Mas a vela ainda está acesa.
Não quero brincar com os deuses
Eles mergulham fundo n’alma

O tempo é minha alma molhada
De suores de amor
Não das águas do Pacífico
Que não tem memória,

nem com que se preocupar.


ARLETE CASTRO — Era pequenina ainda e já brincava com as letras. Gostava de juntá-las e transforma-las em versos de menina. De rimas não sabia, mas sabia que as palavras não eram um ajuntamento de letras. Eram encanto, poesia, prosa... Dentro dela havia um gosto genuíno pelas palavras e tanto escreveu que as palavras foram dançando em seu papel. Criaram vida, emoção, sonho... E o tempo foi passando e junto com ela as letras cresceram, as palavras amadureceram acompanhando seus sonhos, suas conquistas, seus fracassos, seu dom... E através da mão esquerda com que ela escrevia, personagens nasceram, viveram, amaram, e deixaram marcas no coração de alguns... Louvor e fé sempre estiveram em seus versos e o sonho, sempre presente em verso e prosa, porque ela nunca pode deixar nenhum momento de sonhar. Através da letra ela expressou amor, fez amigos, tocou... Porque escrever na visão dela é mais que talento, é dom, é o encontro da letra com a emoção é a capacidade de fazer o transcendente se tornar real e tocar... Ela que nesse universo das palavras que emocionam e que têm vida, é uma eterna aprendiz...
Brasileira, casada com Luiz Castro, mãe de 3 filhos. Escritora e Poeta. Autora de dois romance “ O Livro de Salema” – Editora Mundo Cristão – 2003 e “A História de Sophia” – Editora Descoberta – 2007. Formada em Pedagogia e faz Mestrado em Relação de Ajuda e Intervenção Terapeutica na Universidade Autonoma de Lisboa. Mora em Portugal há 16 anos onde trabalha como Missionária.

PARTO

© ARLETE CASTRO

Arraigado às entranhas da história
Está o tempo mentor da memória
Que habita o cotidiano de cada um...

Impregnado na pele do tempo
está o cheiro das estações definidas
que colorem vidas, emoções vividas,
real e imaginário de cada um...

Entrelaçadas no emaranhado da vida
estão noites enluaradas
tardes de chuva e terra molhada
fruto de nuvens que se renovam
ou de lágrimas que brotam
do âmago de cada um...

Enraizados no solo fértil da alma
está a esperança que germina vida
o amor que aconchega e acalma
envolve o peito, o corpo e o jeito
e escreve a história de cada um...

Enredado neste universo chamado Homem
está a capacidade de ver além da história
armazenar memórias e enfeitar de cores
a esperança germinada,
nas tardes de chuva molhada
ou no sossego de uma noite enluarada
e abraçar o Amor esse aconchego
que transcende o tempo nossa estrada
e eterniza a humanidade cansada
promessa de Deus a cada um...