POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

segunda-feira, março 29, 2010

CHRISTINA MAGALHÃES HERRMANN (Chris Herrmann) — Carioca da gema, nasceu e cresceu no Rio de Janeiro. Cursou Letras [Literatura] na UFRJ, parcialmente filosofia e teologia na FACEN e cursou também Administração Básica na Fundação Getúlio Vargas e Propaganda & Marketing na ESPM. Estudou piano e teoria musical no Conservatório Brasileiro de Música [RJ]. Já compôs músicas, é poeta, já participou de diversas antologias, dentro e fora do Brasil, como EUA e Espanha. Além disso, tem atuado na organização e divulgação de antologias e outros eventos literários.
Trabalhou no Rio como secretária executiva bilíngüe e tradutora. Mudou-se para a Alemanha em 1996 onde, com sua família alemã, vive até hoje. Na Alemanha vem trabalhando com traduções e, atualmente, como web & graphic designer, mantém blogues de poemas, e escreve para a coluna ‘Orkultural’ de Blocos Online.
No Orkut, fundou comunidades de sucesso onde incluem entrevistas online [já sendo preparadas para publicação em revista] e diversos projetos culturais; entre elas o Café Filosófico ‘Das Quatro’, a Sociedade dos Pássaros-Poetas e a Trovadores Noturnos - estas três com antologias em parceria com o Congresso Brasileiro de Poesia em 2006 e 2007, e a Orkultural, em parceria com Blocos Online e ligada à sua coluna homônima. Desde Novembro de 2007, Consulesa do Movimento “Poetas del Mundo” em Düsseldorf/Alemanha.

BORBOLETAS NA BARRIGA

© CHRIS HERMANN

Algo assim que não se explica:
melaço colorido e doce ardor,
como um quê de quero mais...
Do perfume que toca o eterno,
um calor no charme do inverno,
como um quê de quero mais...
É um rio que de amor me irriga,
intriga e embriaga-me demais,
trazendo encanto à minha vida.
Como um quê de quero mais,
como borboletas na barriga!

ESTHER GONÇALVES — Nasceu em Coroatá-MA. Em 17/02/1967. Filha de Zulmira Lima Gonçalves dos Santos e Antônio Pedro dos Santos Neto. Formação Acadêmica: Pedagogia. Pós-graduação: Psicopedagogia. Escreve poemas, poesias, fábulas, romance, entre outros gêneros literários. Foi uma das classificadas em “Latinidade Poética, o melhor da poesia latinoamericana” [com o poema: O Abraço]. Participa também da Antologia “Poemas à Flor da Pele II”, juntamente com Sérgio Gonçalves, o beija-flor-poeta [seu irmão] e Walthênia Kellyne Lima [sua filha]. O gosto pela leitura e escrita vem de seus bisavós, avós, pais. Não segue estilos, regras ou metrificação.

SOU

© ESTHER GONÇALVES

Sou como o orvalho da manhã...
Molhando uma flor a desabrochar.

Sou como o vento...
Que eleva minha voz
Para o teu pensamento.

Sou como a Lua...
Sensualizando teu corpo lindo,
Numa noite de estrelas...
Sempre brilhando na tua doce vida.

Sou como criança...
Sorrio quando te vejo,
Beijo o teu sorriso lindo,
Beijo o teu beijo a me beijar!

Sou como a água...
Para saciar tua sede de amor,
Quando amor precisar!

Sou como o fogo...
Sempre invadindo todo o teu ser,
Sempre acendendo essa chama de amor
Que existe em você!

Sou como a vida “viva”...
Vivo te querendo, Vivo a ti querer!
Sou, e sempre vou ser: Tua...
Até morrer! Até viver de novo!

KEDMA O’LIVER — Mineira, infância em Itabira, moradora da Baixada Santista. Trabalhou como jornalista no Vale do Aço. Casada, três filhos. Cristã. Apaixonada por livros desde a adolescência. Aprecia quase todos os livros, de autores consagrados ou não. Participação em algumas antologias, cirandas e sites de poetas e escritores. Participa de trabalho com crianças e tem dois livros solos. Todos os livros e professores de português que passaram por sua vida fizeram com que amasse o universo das letras.

ORAÇÃO MATINAL

© KEDMA O’LIVER

Fecho meu olhos em oração
Ergo minhas mãos aos céus
Peço aos anjos proteção
E as bênçãos de Deus
Agradeço os meus amigos
Minha família e parentes
Por muitas alegrias
Por estar sempre contente
Peço felicidade
A todos as pessoas
Mesmo aqueles que aprontam
E não conseguem ser boa
Paro por uns instantes
Apenas para escutar
O que Sua voz me diz
Fico a meditar
Sei que não sou nada
Perto do Seu amor
Mas eu sei que me amas
Como o Seu filho amou
Entrego-te minha semana
Meu dia, meu pensar
Volto a meus afazeres
E volto a poetar.


JANE BRANDÃO — Jane de Fátima Brandão (Poetisa Brandão), professora de Língua Inglesa, natural de São Luiz Gonzaga/RS. Sócia fundadora do movimento literário ASAS (Associação São-Luizense de Autores) desde 1990. Em dezembro de 2004, publicou seu primeiro livro de poemas “Viagem In Versos” Já participou de outras Antologias, dentro e fora do estado gaúcho. No ano de 2007, participou do Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves, fazendo parte da Antologia “Poesias do Brasil - Volume 06”. Atualmente dedica-se à arte de representar. Participou de seu primeiro Curta-metragem, “O Caso Sócrates”, que foi selecionado para a mostra paralela do Festival Nacional de Cinema de Gramado, em 2008.

A VIDA PASSADA A LIMPO

© JANE BRANDÃO

Dos rascunhos que fiz
amarelou-se no tempo
sob a cômoda empoeirada
ou em gavetas trancadas.

Dos rascunhos que fiz
restaurei louças quebradas
copos, vasos e pratos
até meu auto-retrato
sofreu agruras da vida.

Dos rascunhos que fiz
depois de passado a limpo
tudo foi revirado
e o destino enxovalhado
acena seu triste fim
nos penares de suas horas
a lágrima não mais chora
do adeus
que havia em mim.


DOLANDMAY (Walter Silva) — Nasci em Presidente Prudente – SP, em 07/03/1973. De família simples, aos sete anos de idade, mudei com meus pais para a cidade de Itu – SP, onde dei inicio aos meus estudos e minha trajetória de vida. Quando menino tinha um sonho, ser jogador de futebol, fazendo parte de um clube. Ante a insistência de minha mãe, para que obtivesse um diploma, formei-me mecânico de autos na cidade de Itu em 1988. Muito cedo comecei a trabalhar em mecânica, ao mesmo tempo trabalhava e estudava, obtendo grande êxito em minha carreira. Participei de vários cursos, tanto pessoal , como técnico, desenvolvendo um grande conhecimento nesta área. Com muita dedicação e determinação. Hoje tenho o meu próprio estabelecimento, considerado um dos melhores especialista em mecânica e injeção eletrônica nesta área. Casado, pai de um lindo menino e uma grande mulher que amo! Comecei escrever ainda garoto, mas nunca havia publicado nada, com o incentivo de minha grande amiga poetisa , “Amarílis Pazini Aires”, que Amo! Divulguei meu primeiro poema “Minhas raízes”, versos que começam assim...Criei raízes numa terra de poetas..., realmente Minhas raízes poéticas estão a cada dia se aprimorando, desde então comecei a ser admirado por meus poemas. Em minha trajetória poética tento revelar a busca constante de novas formas de expressão. Em dezembro de 2008, editei meu primeiro livro, Poesias de Amor de Dolandmay. Entre meus poemas, destacam-se: Criei Raízes, Meus Momentos, Ilusão de um Amante, Meu Amor e outros mais... Quando estou escrevendo meu espírito voa “viaja” sem asas, rumo ao “Amor” Minha meta principal, despertando, encantos e fantasias, onde me dá a liberdade, de um mundo de imaginações... Um mundo melhor! Assim sou!...

QUEM SOU?

© DOLANDMAY

Se quiseres saber quem sou
Siga as batidas de seu coração,
aspire em sua volta o ar
e solte-o devagar,
Sinta a leveza do teu ser

Se quiseres saber quem sou
Não me procure na noite,
mas sim na luz do sol
Sinta na tua pele a energia aquecer

Se quiseres saber quem sou
Me procure no balanço do mar
na beleza das flores,
no cantar dos pássaros
Sinta seu espírito flutuar

Se quiseres saber quem sou
Me procure na felicidade, nos sonhos,
no conhecimento e na sabedoria
Sinta a sua alma sem dor,
sem abundância de vexame

Se quiseres saber quem sou
Siga a trilha da bondade,
Ame! de toda a verdade,
e saberás,... Eu sou o Amor!


MARIA ALICE DE VASCONCELOS — Nasceu em Bela Cruz – CE, reside em São Paulo desde janeiro de 1969. Possui Curso Superior em Serviço Social e Pós Graduação em Recursos Humanos, além de vários cursos específicos e de reciclagem em Educação, Saúde e Recursos Humanos, setores em que atuou profissionalmente. Iniciou como Poeta escrevendo alguns poemas em 2007, a partir de então, passou a frequentar cursos regulares de Linguagem Poética e Literatura em geral, na “Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura” - à Avenida Paulista nº 37 – São Paulo – SP. É Promotora e Organizadora dos eventos dos alunos e ex- alunos da Casa das Rosas - “Sarau Poetas da Casa”.

AGRAVO

© MARIA ALICE DE VASCONCELOS

cravo em memória dura
a criatura viril
tranco nesta loucura
teu membro de perfil

pedro que de repente...
tenho tuas lembranças
penetrantes na mente
e as transformo em prantos

cravo em tua luxúria
a marca que mais prezo
— no prazer cetro em fúria —

cá presto neste féretro
pedro no aço trepida
:
gravo em memória de
pedra



LÍGIA LEIVAS — Lígia Antunes Leivas, natural de Pelotas/RS. Ex-presidente da Academia Sul-Brasileira de Letras, Diretora Cultural do Centro Literário Pelotense, Consulesa dos Poetas del Mundo em Pelotas. Acadêmica do Clube dos Escritores de Piracicaba, (OS) e Delegada Regional do mesmo no RS; Mérito Cultural da entidade em 1999. Debatedora na Mesa dos Escritores Luiz Antonio de Assis Brasil, Lígia Boyunga, Lya Luft e Escritores Pelotenses na 1ª, 3ª, 4ª e 5ª Jornada Cultural de Pelotas. Oradora Oficial da 32ª Feira do Livro de Pelotas. Delegada do Portal de Escritores Luso-Brasileiros CEN (Portugal) no RS e Mérito Cultural do mesmo em 2006. Delegada da ALPAS XXI em Pelotas. Mérito Cultural do Club Pan-Americano “Eng. Enrique Salazar Cavero”, Rotary Pelotas Norte, de 2003 a 2006.
Professora Emérita em Extensão, Universidade Federal de Pelotas de 1994 a 2004, recebeu a Medalha de Mérito do Fórum da Cultura, RJ / RJ, 1998 e acumula vários prêmios literários locais, regionais, nacionais e internacionais. Graduada em Letras e Direito; pós-graduada em Língua Portuguesa. Revisora, professora. Antologista, oficineira. Integrante do Conselho Editorial da UFPEL e da ASBL. 5 livros publicados pela Univ. Fed. de Pelotas e participação em 54 coletâneas.

O SABOR DA NOITE

© LIGIA LEIVAS

A noite saboreia-se a si mesma. Não para...
Ansiosa, procura um sonho...
último desejo de saciar-se em seus devaneios.
— Ficar só?... nunca!
Sai pelas ruas.
Entra onde parece achar guarida.
Senta. Um lugar comum
... a mesa, o balcão, o banco, um bar qualquer.
Ao fundo, Sinatra e “My way”,
Elis numa canção cujo título se perdeu.
Tipos variados transitam no espaço exíguo.
Cada qual traz na face a palavra não-dita,
reflexo mudo do que lhe vai na alma, no coração.

A noite voltará amanhã
... tantos outros (des)encantos.
A solidão refaz-se sem mudanças.


SYLVIO MAGELLANO — Seu nome de batismo é Sylvio Alvares de Magalhães. Paulista de São José do Barreiro, no Vale do Paraíba, radicado em Curitiba. É poeta titular da cadeira nr.06 da Academia Paranaense de Poesia, cujo patrono é Leôncio Correia. É diretor da Sala do Poeta desta academia. Tem poemas publicados em várias Antologias. Seu livro de poemas denominado “O casarão”, será lançado em breve.

COMO DA VEZ PRIMEIRA

© SYLVIO MAGELLANO

Percebi que você chegou,
No escuro da noite
Se aconchegou.
Como da vez primeira.

Depois que tantas luas se passaram,
Me afastando cada vez mais,
Novamente lhe conquistava.

Sentia na presença o aroma que é seu.
Nuances de perfume na solidão compartilhada.

No brilho dos olhos, cumpliciados desejos,
Provei cada gota de suor
Como o sol suga as águas do mar.

A noite fugaz de amor passou,
No horizonte, tingiu uma cor alaranjada,
Ainda de madrugada,
Suavemente saiu... como chegou.

Nenhum sorriso sobrou.


LEINECY PEREIRA DORNELES — Brasileira, casada, com três filhos. Orientadora Educacional, Pós-Graduada em Tecnologia da Educação pela Universidade do Rio Grande. Poetisa, Escritora e Ativista Cultural da cidade do Rio Grande.
Escreveu seu primeiro livro de poesia em 1993, intitulado
“Simplesmente Amores”, ao qual recebeu por ele vários prêmios. Em 1994, escreveu seu segundo livro, de contos e crônicas, intitulado “ Um conto de saudade e sete crônicas do dia a dia” Em 1992, recebeu uma Bolsa de Estudos para participar de Cursos de Língua Portuguesa nos Açores-Portugal. Em 1997, recebeu um prêmio de uma Bolsa de Estudo para a Inglaterra, para realizar o Curso de Língua e Cultura Inglesa, em Camtebarry e Oxford.( Inglaterra). Neste ano participou de eventos Culturais na França, pela proximidade da Universidade que estava na Inglaterra. Em 1999, foi Patrona da Feira do Livro de Rio Grande.

A DIFERENÇA

© LEINECY PEREIRA DORNELES

Não sei bem, onde eu encontrei.
Mas foi amor á primeira vista,
achei-o lindíssimo, charmoso,
com aquele ar senhoril,
encantador!
Ele... sério, silencioso,
circunspecto.
Eu ... Ao contrário,
agitada, indócil, sonhadora.
Ele silencioso... eu tagarela.
Ele observador... eu sem atenção,
a nada e a tudo.
Ele no silêncio e eu,
no barulho constante.
A diferença era grande!
Mas assim, desta forma,
Eu o consegui AMAR!


ILKA VIEIRA — “Uma valise de poesia aberta para o dia-a-dia”. Face imprevisível, expressando sol e dor. Passos com hora marcada, idas e vindas de um administrador. Mãos acenando para a vida, através da escrita parida. Histórias de família, mundo, amor e amizade, regando hoje o jardim da maturidade.

GUARDADOR DE LÁGRIMAS

© ILKA VIEIRA

Quando a minha lágrima correr
Pegue-me em seu colo
Dê-me seus braços em agasalho
Mostre-me o mais fácil atalho
Que a dor não me deixa ver.

Guarde-me como criança
Enfeite minha trança
Conte-me histórias... segredos
Faça descansar a minha guarda,
Derrote o monstro do meu medo.

Por fim, componha uma cantiga bonita
Moderna, infantil ou erudita
Transformando essa tristeza
Num lago-fortaleza
Guardador fiel de memória cruel
Intérprete de melodias latentes
Que a vida, como serpente,
Não me permite esquecer.



PAULO WALBACH PRESTES — Iniciou sua vida literária, quando no científico, em 1965, um professor de português dasafiou a turma, exigindo uma poesia com o tema “Policromia”... em 15 minutos o trabalho deveria estar terminado. Desenvolveu a poesia conectando-a à criação do Universo por Deus, e assim, obtendo o glorioso e inesperado primeiro lugar, lendo-a em todas as salas de aula. Nascido prematuramente a 28/04/45 na fria Curitiba, tem formação em Direito. Entrou para o Centro de Letras do Paraná, através de seu saudoso padrinho cultural, Tulio Vargas, Presidente da Academia Paranaense de Letras. Hoje, Paulo está como o segundo Vice-Presidente da entidade quase centenária, e é associado também da Academia Paranaense da Poesia, as quais participa com assiduidade, alegria e prazer. Escrever é uma questão de sentimento e emoção. A inspiração é soprada por Deus, vem do infinito em forma de poemas, passando pelo coração e canalizando da mente ao papel... A poesia acalma, alegra, faz rir e chorar, desperta o sentimento de gratidão e semeia sonhos pelo universo, direcionando as emoções para o bem.
A família é a célula mãe de uma nação. Tem uma irmã que praticamente adotou como filha, uma sobrinha que acolheu em seu coração e uma neta que o faz virar criança... Além da poesia ou prosa, tem o dom da pintura, da fotografia, e artesanalmente faz réplicas de móveis em miniaturas. Tem uma grande coleção de miniaturas trazidas do mundo inteiro por amigos e parentes. Classificado e premiado nas três modalidades das artes, participando em várias antologias nacionais. Tem um livro feito artesanalmente com o título “ Sonho de Luz”, sobre a França, (que tem o sonho em conhecer) com 45 estrofes sobre aquele país e todo ilustrado, recebendo elogios do Consul da França em Curitiba e do Embaixador da França no Brasil.

APENAS UMA PLUMA

© PAULO WALBACH PRESTES

Sou apenas uma pluma carregada pelo vento;
vou vivendo a minha vida, por aqui ou acolá,
sem morada, sem família e sem ninguém.
Sou apenas uma pluma, desgarrada de meu sabiá...

Não tenho asas, não tenho canto,
não tenho vida, só tenho encanto.
Sou suave, leve solta eu sou,
Sem presa, sem saber para onde vou.

Sou apenas uma pluma do meu sabiá,
que voava e cantava pra viver...
Mas, um dia, triste dia aconteceu:
Uma pedra, dura pedra o abateu.

E soltei-me da plumagem de seu peito,
e do sopro derradeiro, eu voei...
Sou a pluma separada do meu ser,
que morreu, sem saber do meu viver!

Minha vida se é vida, feito assim...
Pouco dela sei, pouco sei de mim.
Pois eu vivo, se o sopro me soprar,
se a brisa ou se o vento me levar.

Mas um dia, a sorte me pegou
pelo vôo de um pássaro de acolá,
carregando-me pelo bico familiar:
Era o bico da mulher do meu sabiá.

De uma vida com passado, sem futuro,
transmutada de um dia para cá...
Do nada, quase nada, virei ninho
da ninhada dos filhotes do meu sabiá!


JANE ROSSI — Professora, Escritora e Poetisa, reside em Guarulhos -SP. Já participou de várias Antologias, autora do livro “Amargura tem Cura” e “Chuva de Emoções”, Mentora e idealizadora do Projeto “Antologia Alimento da Alma” e “Antologia Alimento da Alma II” Membro da Academia Brasileira de Poesia “Casa Raul de Leoni. Membro da AVBL Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da AILA Academia Itapirense de Letras e Artes. Membro da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande – RJ. Membro da “Academia de Letras da Mantiqueira”. Representante da FALASP (Federação das Academias de Letras e Artes no Estado de São Paulo) em Guarulhos.

A LUA CHORA

© JANE ROSSI

Vegetando pela vida
Fingindo estar vivendo
Com o coração em ferida
Corpo vivo, alma morrendo

Meu mundo perdeu a cor
Minha vida escurecendo
Meu mundo grita de dor
Corpo vivo, alma morrendo

As estrelas se apagaram
Lua chora, está sofrendo
Ondas do mar se revoltaram
Corpo vivo, Alma morrendo

Vegetando, sobrevivendo
Confrontando a tempestade
Corpo vivo, Alma morrendo
Peito cravado em saudade

ILDA MARIA COSTA BRASIL — Nasceu em 4 de março de 1949, em Restinga Seca, RS, e reside em Porto Alegre, RS. É Professora de Literatura, Língua Portuguesa e Redação. Membro da Associação Artística e Literária “A Palavra do Século XXI”/Cruz Alta/RS; Associação Artística Cultural de Restinga Seca/RS; Sociedade Partenon Literário, Casa do Poeta Rio-Grandense, Associação Gaúcha dos Escritores Independentes, Academia Literária Gaúcha e Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, Porto Alegre/RS; Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias e Academia de Letras Rio-Cidade Maravilhosa/Rio de Janeiro/RJ; Academia Cachoeirense de Letras, de Cachoeiro de Itapemirim/ES; Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba/SP; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, fundada por Efigênia Coutinho; Projecto Cultural ABRALI, Curitiba/PR; Celeiro de Escritores, Santos/SP; Liga dos Amigos do Portal CEN, Leiria/Portugal; Confraria “Teia dos Amigos”, Sorocaba/SP; Casa do Poeta Latino-Americano; Grupo dos Poetas del Mundo e Accademia Internazionale Il Convivio/Castiglione di Sicilia/Italia. Tem vários livros publicados: “Pragas ou Anjos”, “Chave e Fechadura”, “Peças de Um Mesmo Tabuleiro” (Contos); “A Magia do Encontro” (Contos e Crônicas); “Emoções e Arte” (Poesias); “Lembranças e Vivências” (Poesias); “Inquietudes D’Alma” (Contos e Crônicas); “Poesia, Uma Força Singular” (Poesias). “Juntas, Hoje e Sempre”, parceria com a Escritora Mirim Victória Falavigna; “Palavras, A Linguagem da Vida” (Poesias, Crônicas e Cartas); parceria com Alunos da 3ª Série do Ensino Médio e “Fantástica História de Um Mundo Além da Imaginação” (Romance Interativo), parceria com Alunos do Ensino Médio do Colégio Conhecer, de Porto Alegre, RS. “Três Gotas de Poesia” (Haicais); “Olhares...” (Crônicas Escolares) e “A Palavra do Século XXI”, como organizadora, assim como do E-Book: “Sinfonia das Palavras”, Edição e Composição de Sonia Orsiolli, de Sorocaba/SP.

HARMONIZAÇÃO É AMOR!

© ILDA BRASIL

Quando nos sentimos comprometidos com a vida,
somos capazes de fazer de sonhos, uma doce realidade.
Apoio, afeto, estímulo e compreensão fazem-nos felizes,
assim como nos ensinam a encará-la com otimismo.

O amor que cultivamos em nossos ternos corações
é o que faz de nós, pessoas especiais e singulares.
Portanto, harmonização é regar vivências, emoções
e sentimentos com muito amor, paz e simplicidade.

Desde que seguros e protegidos, confiamos; valorizados
e autoconfiantes, produzimos; motivados e portadores
de senso de verdade, ouvimos; gratificados, crescemos.

E, sentindo-nos acalentados e queridos, entregamo-nos;
prestativos e solidários, interagimos; engajados e fraternos,
compartilhamos; respeitados e livres, harmonizamos amor.


REGINA LYRA — Nasceu em João Pessoa-PB. É escritora, poeta e professora universitária. Sua obra traz como característica a procura persistente do contexto poético, da leitura do seu tempo. Contém uma temática voltada para uma poesia lírica, sem deixar de trabalhar outros temas. Embora discursiva moderna, utiliza aspectos do concretismo, do neoconcretismo e do minimalismo. Enfim, traça o seu genuíno caminho poético. A busca incansável dos próprios eus permeia diversidades de espaços. Assim, sua obra transcende a área geográfica do seu Estado, conquistando leitores e admiradores nas grandes cidades do País. Regina Lyra constrói poemas com uma linguagem contemporânea. Este é um dos papéis da sua arte: falar de seu tempo, de sua história. Com um grito amoroso de protesto social, busca o comprometimento com seu povo e a análise crítica do mundo. Publicou seis livros: O Livro das Emoções, 1998; Sonhos & Fantasias, 2000; Insensatas Palavras, 2003; Tempo de Encanto, 2004; pela editora universitária (UFPB) - João Pessoa - PB. Atos em Arte. São Paulo: Ed. Scortecci, 2006. ENTRE_NÓS, 2008. Participou de mais de 20 antologias nacionais e internacionais. É Membro titular do Pen Clube do Brasil. Sócia da União Brasileira de Escritores – UBE e da UBE do Estado do Rio de Janeiro.

PARCERIA CRIATIVA

© REGINA LYRA

A parceria deu-se na poesia.
Vocês falaram com harmonia
E doce poetar.

Assim fiquei a imaginar o caboclo sorrindo,
Os olhos também.
Sorriso aberto,
Com olhos, cabelos e boca.

Outros olhos abertos,
Em busca dos versos.
Contrariando a matéria,
O poema nasce, cresce,
Fortalece a tensão.

Mesmo que saia na contramão,
Os olhos vêem na mesma direção.


REGINA COELI — Nascida na cidade do Rio de Janeiro (RJ) na a madrugada de 16-11-1951, esta escorpiana de nome Regina Coeli Rebelo Rocha foi professora de línguas (Português/Inglês), tendo-se aposentado pelo Banco do Brasil S.A. Amante das letras, tenta com elas decifrar um pouco dos mistérios da vida e de si mesma, derramando sobre o papel sentimentos e percepções numa ação que lhe soa como uma alforria. Sem qualquer pretensão de construir uma vida literária, caminha os seus escritos (poemas livres, sextilhas, redondilhas e sonetos) por diversos Ebooks, os quais transformou nas suas Cartas de Alforria. Para ela, escrever é desvendar, é revelar; escrever em poesia é desvendar com perfume. E com o sentimento à flor da pele.

CANTOS E ENCANTOS

© REGINA COELI

Se há encanto no canto
E se o canto se encanta
De o seu canto encantar,
Então que eu cante o canto
E que o encanto que eu cante
Seja só para te encantar!
E se por encanto, o meu canto,
Em desencanto, ficar mudo num canto
Sem cantar nem encantar,
Que eu cante e recante
Os meus mais sentidos cantos
Para o desencanto desencantar...
Quando se canta,
E se quer sempre cantar,
O canto não emudece,
Não desencanta;
Quanto mais se canta,
Mais se quer cantar,
Porque a Vida sem canto
Não vale a pena se levar!


RAFAEL BÁN JACOBSEN — Nasceu em 21 de maio de 1981 em Porto Alegre. É físico, professor, pianista, poeta e escritor. Participou de inúmeras coletâneas e tem grande quantidade de artigos publicados em jornais e revistas. Em 1998, lançou seu primeiro livro individual, Tempos & Costumes, recebendo o Prêmio Açorianos de Destaque em Narrativa Longa. Em julho de 2005, lançou seu primeiro romance Solenar, também agraciado com o Açorianos em 2006. É sócio do Grêmio Literário Castro Alves (GLCA), da Casa do Poeta Rio-Grandense (CAPORI), membro do Partenon Literário e ocupante da Cadeira número 11 da Academia de Artes Ciências e Letras Castro Alves (AACELCA). Trabalha, atualmente, com pesquisa em Cosmologia e em Física Nuclear e de Partículas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde realizou bacharelado e mestrado. Prepara o lançamento de seu novo romance, Uma Leve Simetria.

RAIO DE SOL

© RAFAEL BÁN JACOBSEN

Então guardei um único raio de sol
para quando retornasses da escuridão,
quis ofertar-te meu dorido coração
e um fio de luz que de minh’alma fosse escol.

Sofri por tua ausência o mais triste crisol,
sonhei contigo imerso em trevas e ilusão;
Procurava em desespero estender-te a mão
ao rasgar na distância o lume do farol.

Como não pudesse eu alcançar-te jamais,
esperei por romperem da aurora os umbrais
e colhi na amplidão do céu um fio de luz

— Um singelo raio de sol para brilhar
eternamente em teu caminho, para estar
contigo na jornada que à vida conduz!

NEUSA BANDEIRA WOLFF — Nasceu em Santa Maria/RS. Aos 6 anos e meio, semi-alfabetizada, ingressou no Colégio Santana em Santa Maria/RS onde permaneceu até concluir o curso ginasial. Formação Acadêmica: na UFRGS: - Bacharel em Filosofia – Licenciada em Filosofia – Licenciada em Pedagogia – Especialização Orientação educacional - Pós graduação Aconselhamento Psicopedagógico. No Núcleo de Relações familiares (NURF ): - Psicoterapia de casal e família. Na clinica do Dr. Mauro Kwitko: - Psicoterapia Reencarnacionista. Na Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil: - Psicanálise. Experiências Profissionais: - Professora primária em grupo escolar da rede estadual. – professora de Psicologia em escola normal na rede estadual. – Orientadora Educacional na rede Pública Estadual. – Técnica na Fundação estadual do bem estar do Menor – FEBEM – Clinica Particular: Psicoterapeuta individual, casal e família. Associada da Casa do Poeta Riograndense desde 21/03/06. Participou da Antologia “Prosa & Verso” em 2005. Participou do Concurso Talentos da Maturidade, promovido pelo banco Real nos anos 2006 e 2007.

BUSCA

© NEUSA BANDEIRA WOLFF

Te busquei no sopro do vento
Te busquei na luz do luar,
Te busquei no perfume da flor,
Te busquei na beleza do mar.

Gritei,chamei teu nome
Te queria a todo momento.
Parece que se tu não chegasses,
Para mim só restaria sofrimento.

Porém;

Esta busca incessante findou
Quando passei a ouvir a razão
Ela então me ordenou:
“abafa este teu coração.”



NEIDE SALLES — Neide Conceição Sales da Cruz, nascida em 6 de março de 1954, na pequena cidade de Urutaí – Goiás. Desde criança se destacava dos irmãos “por ter a cabeça na lua e a mente no coração”, ainda menina provinciana, rascunhava suas emoções e pensamentos em prosa e verso. Adolescente mudou-se, juntamente com a família, para a Capital Federal e, então, Brasília se tornou o palco das transformações da pequena poeta, que conheceu o mundo com novos olhos e por diferentes ângulos. A cultura popular latente no Planalto Central modelou os contornos de sua história e vida, ávida por conhecer mais do próprio mundo e, principalmente, as artes e o universo das letras, Neide morou em diversas cidades do país, construindo assim, sua rica personalidade. Cursou Letras na Universidade de Marília – SP. Neide dedicou-se por muito tempo às responsabilidades de ser mãe, profissional e mulher, resguardando para si a beleza de sua poesia. Hoje, no auge da maturidade, ela oferece ao mundo a intensidade de seus versos e a profundidade de sua prosa na internet com o codinome de Neide Salles.

GONÇALVES DIAS, CANTOU,
AGORA CANTO EU

© NEIDE SALLES


ando a procura das palmeiras
da sinfonia dos sabiás
as aves não mais gorjeiam
nem lá e nem cá

nosso povo esvaneceu
colocou grades e se perdeu
Brasil de “brasis” mil
onde foi que se escondeu?

sua fauna e sua flora
o povo destruiu
burlando mil e uma leis
imensa floresta ruiu

já não pode mais seu povo
as estrelas admirar
bandidos andam soltos
e podem te acertar

impunes seguem eles
bandidos da fatalidade
da desigualdade social
ou da banal sociedade

meu exílio é meu lar
meus amores?
só temores
já não posso mais cantar


JÚLIO CÉSAR HUNGGARR — No dia 26 de setembro do ano de 1965, na cidade do Rio de Janeiro, nasceu Júlio César Rodrigues, um carioca filho de poeta e de família de músicos. Ainda em tenra idade mostra seu veio artístico, começando aos 7 anos na música e aos 13 já se aventurava nas letras. Cresceu sob um verdadeiro turbilhão de culturas, tendo nascido no Rio, criado em Brasília e na vida adulta, também residiu em Minas Gerais, em Curitiba e no Espírito Santo. Após longos anos, retornou à sua terra de criação, Brasília, onde reside atualmente. Hoje, conhecido como poeta sob o pseudônimo de Júlio César Hunggarr, mostra um pouco de sua obra, cujos sentimentos que o guiou no seu intuito de “poetar” foram vividos de forma intensa. Buscando trazer do âmago de sua alma toda experiência sentida e vivida ao longo de seu caminho, ele desnuda o coração nos dando um verdadeiro e inesquecível momento lírico.

ESPELHO DE ALMA

© JÚLIO CÉSAR HUNGGARR

Olho no espelho... Vejo um sorriso
que parece ferir meu rosto...
Uma expressão inexpressiva... Triste...
Queria poder esconder de mim mesmo
essa angústia... Esse medo...

Olho no espelho... Mas não me vejo...
Então fito os meus olhos... Busco...
Sei que em algum lugar aqui dentro
eu me escondo... Do que tenho medo?

Súbito lembro você... Minha metade...
Meu eu dividido... Meu amor...
E, de repente, percebo um sorriso...
Verdadeiro... Inteiro... Doce...

Minha expressão volta... Minha pele cora...
E eu entendo que não estou só...
Enquanto eu tenho você descubro a mim mesmo...
Me completo... Te completo...

Olho no espelho...
E sorrio por nós...


JOYCE KRISCHKE — Joyce Lima Krischke é natural de Porto Alegre, advogada, especialista em educação. Iniciou seu trabalho de escritora com livros técnicos como co-autora e autora para órgãos dos Estados - SEC/RS/SC. Editou: O que você deve Saber para Implantar a LDB-1997; Poemas da Lu@zul- 2002. Tempo de Amor-2004 em parceria; Navegando Poesia-2006; A Volta da Lu@zul – 2008. Participa de diversas Coletâneas e Antologias. Atualmente, tem dois livros no prelo: A Paz é o Caminho e Mares e Marés da Vida. É Presidente-Fundadora da Confraria Artistas e Poetas pela PAZ-CAPPAZ, com sede em Balneário Camboriú Santa Catarina-BR Participa de Oficinas Literárias com o tema Paz é o Caminho; Coordena o Projeto da CAPPAZ: Palavras de Paz, em execução na Casa da Criança do Brasil, em Balneário Camboriú/SC.

POETAS: PAZ E AMOR

© JOYCE KRISCHKE

(Para as poetisas e os poetas da CAPPAZ)

Realmente, a força da minha vida
É viver completamente esta lida...
E, amar muito... pois a vida é boa!
Amar o amor... aquele que ressoa...

Ah, o Amor! É o combustível vital...
No mundo, penso que não há outro igual!
Sinto que neste combustível da vida
Há diversos componentes ainda...

Há você que escreve PAZ docemente,
Suas palavras me tornam sorridente!
Há o sol de dezembro, também a brilhar,
Seguido da lua em noite de luar!

Há o mar... suas ondas espelhando!
Há os poetas: Paz e Amor cantando
Não importa quando: na dor... na alegria...
Canto de Paz e Amor dia-a-dia!

OLIVIA PAZ — Aparecida Oliveira Penna de Strafacci é natural de Igarapava, São Paulo. Casada, mãe de dois filhos, é empresária no ramo de prestação de serviços em equipamentos eletrônicos. Seu pseudônimo é Olivia Paz. Segundo ela, “paz é tudo que precisa para viver feliz” e agradece a Deus por sua vida e sua felicidade.

ESSES RIOS

© OLIVIA PAZ

Por certo ao passar por nós
Esses rios lavam a roupa,
Esses rios lavam a alma.

Por certo ao passar por nós
Esses rios lavam os corpos,
Estes rios levam as mágoas.

Por certo ao passar por nós
Estes rios louvam a vida,
Estes rios louvam a Paz!

No solitário percurso
Deixam os rastros contínuos,
Delta bendito, ao encontrar seu destino
Livra-nos das culpas!

FÁBIO RAMOS — Fabio Ramos dos Santos é escritor poeta, músico, empresário do ramo financeiro. Nasceu em Lages, na Serra de Santa Catarina, em 04 de novembro de 1980, residente hoje na cidade de Chapecó, no oeste do estado desde 2007. Filho de Carlino dos Santos e Solineti Ramos dos Santos, iniciou sua carreira artística aos 8 anos na música com a Professora Marialva Longo, na cidade de Rio dos Cedros, no Vale Europeu de Santa Catarina, onde Fabio morou desde seus 5 anos, cresceu, estudou e viveu sua linda história de vida. Fabio esteve sempre em contato com a arte e a cultura européia, e a música surgiu quando encantado por assistir uma apresentação do Grupo Folclórico Italiano “Colibri” regido pela professora Marialva.
Sempre presente em movimentos sociais, esporte, cultura e lazer na cidade em que cresceu, Fabio passando por diversas situações, usou papel e caneta para fazer um verdadeiro amigo, um refúgio para suas lamentações, medos, sonhos, desejos. Bastante contraditório por estudar e trabalhar com no setor das exatas, Fabio fez da música e da poesia algo muito forte em sua vida. A principio seus textos eram apenas rascunhos de papel escondidos, até que amigos e amigas começaram a ler e gostar dos textos, e então começaram a transmitir os mesmos, tornando Fabio conhecido por belos poemas. Em 1996 Fabio conheceu o escritor Pomerano Cícero Pedro de Mello, que incentivou e mostrou os primeiros caminhos para tornar-se um bom escritor. Jornais regionais começaram a apoiar o trabalho, sendo este o Jornal A Gazeta do Vale, do amigo Rogério Medeiros Sperb, que também foi um grande incentivador.
Depois de muito tempo utilizando diversos meios para divulgar suas obras, Fabio então é reconhecido e tem textos espalhados por todo o Brasil, por diversos meio, tendo então apoio de jornais, revistas, programas de TV, home pages, entre outros.
Em 2007 participou da Antologia, Coletânea de Poemas, Crônicas e Contos, “ELDORADO” , Volume IV, pelo Celeiro dos Escritores, e logo em seguida participou da Antologia de Poesia e Prosa de Escritores Contemporâneos “Amor & Paixão”, Volume I, também pelo Celeiro dos Escritores. Tem lutado bravamente pelo seu livro solo “Palavras de um Coração”, lançado em 2009.

INCERTEZAS

© FÁBIO RAMOS

Corredores escuros
Avenidas desertas, cidade morta
Todos julgam-se amigos, companheiros
E, mesmo assim
Tudo é em vão, tudo é inútil
O tempo é só, incrédulo da própria realidade
O tempo é só...
É só ele em seu silêncio
Sussurrando apenas aos sábios, as almas puras
Tudo o que sente, o que pensa

No vem e vai, nada fica, tudo um dia partirá
A felicidade é por pouco tempo
Ela chega, encanta, e desaparece
Some em meio a sonhos, ilusões...
Pensamentos...

Quem sabe,
O segredo de ser feliz, é desaparecer
Partir junto a ela, sem rumo, sem direção
Mesmo que...
Uma vida toda, um passado por inteiro fique para traz
Mesmo que o destino torne-se incerto
E, o caminho obscuro, surpreso
Mesmo que tudo e todos
Contra o destino reajam, o julguem
Porque tudo vale, tudo se pode
Quando em meio a tantas incertezas
A grande razão de todas as loucuras
Seja um eterno amor...


ROSANA MACHADO REZENDE ARAÚJO — Rosana Machado Santana Rezende Araújo, brasileira, casada, residente em Campo do Meio/MG. Bacharel em direito, pós graduada em ciências sociais. Empresária no ramo de hotelaria, escritora, poetisa, participando de 11 antologias. Membro da Academia Itapirense de Letras, membro da AVBL, recebeu o prêmio Mulher Destaque 2008/Taubaté (Poeta/escritora). Dama Comendadora da Ordem do Mérito do Turismo, Hotelaria e Gastronomia; representante municipal da FALASP (Federação das Academias de Letras de São Paulo), Presidente do Partido da República Municipal, membro da Academia e Letras Iguaba (RJ), membro Correspondente da Academia de Letras da Mantiqueira, Águas de Lindóia/SP.

AMOR LIBERTAÇÃO

© ROSANA MACHADO REZENDE ARAÚJO

Estou cansada de amor regrado,
Rosto comportado,
Regra social,
Satisfação pessoal,
Para uma multidão tão mentirosa...
Abaixo aos moralistas!
Praticam crimes sem deixar pistas,
Perfeitos fazendo errado,
Estou sufocada pelo falso amor...
Sofrido.
Comedido.
Crítico.
Analítico.
Imposto...
Das falsas visões composto.
Quero o amor sem fronteiras
Sem falsas molduras
Não quero sentimento aos poucos
Prefiro o sentimento dos loucos
Que pouco importam
Simplesmente não comportam
Diante das exigências do meio
Demasiadamente feio.
Chega de escravidão!
Acorda coração!
Quero liberdade, cumplicidade na ação.
Preciso de um fiel amor libertação.


SIGRID SPOLZINO — Poeticamente Sigrid Spolzino, na estrada em companhia de algumas Antologias de grande quilate. Uma romântica e eterna aprendiz de laços dados com a poesia. Pelas boas inspirações recebidas sempre grata. Que nunca se cansem de meu convívio. Que meus versos preencham tua vida ora versando e algumas outras tantas, rimando Então, venha plenitude e rime com minha vida, vida que escolhi ao adentrar o mágico mundo da poesia!

TEMPESTADE

© SIGRID SPOLZINO

De muitas maneiras me atraí
Imagino-a com você chegando
Lá bem longe o vento tinindo
Perto de mim, você em pêlo
Adeus incertezas, tristezas
revestidas alegrias infinitas
Ao passar vi renovar sensação
de um eterno reencontrar...
Delícia fazer amor na chuva
Tempestade faz-me lembrar
p’ra sempre quero te amar.

ROZINER GUIMARÃES — Sou exatamente o que gostaria de ser. Nem menos nem mais. E, inda assim, embora possa ser interpretado como um paradoxo, me invento. Refaço-me. Reconstruo-me a cada dia. Sou uma inconformada. E talvez por isso me admire tanto. Admiro-me por ser assim instável, insegura às vezes, ansiosa sempre. Qualidades que me impulsionam a crescer. Amanhã já serei outra. Minhas idéias são nuvens atravancadas no céu ora azul ora cinza. Sou ostra e beija-flor. Menina, mulher. Brisa matinal e furacão. Em minha efemeridade, muitas vezes me desejo pura. Com asas. Em vôo ágil como o beija-flor ou em vôo alto como a águia em sua exuberância. Noutras vezes, me desejo apenas mulher. Faço poemas. Sem rimas, porque, às vezes, não caibo nas estrofes... Mas também crio rimas numa tentativa de dar maior leveza e acabamento à minha poesia. Rimo a impaciência, a ansiedade e até mesmo a alegria de estar viva. Gosto da minha densidade. Talvez isso explique o fascínio pelas pedras e pelas bruxas. O gosto pela aspereza das palavras. Pelo ruído delas. Mas o que realmente me apaixona é a lua cheia... E eu aqui pequenininha olhando de soslaio para ela. Talvez invejando sua magnitude. Um dia, quem sabe, eu invento um novo conto de fadas!

SE

© ROZINER GUIMARÃES

Se for para falar de amor
Não me venha com palavras
tortas
enferrujadas pelo tempo
emblemas para outras utopias!
Se for para falar de amor
fale baixinho
compassado
no meu ouvido
não deixe as palavras
ao vento
nuas
cruas
sem rimas
desassossegadas...
Aliás...
Se for para falar de amor
nem precisa dizer nada
Olhe-me nos olhos
encoste seus lábios aos meus
e se eu sentir uma calmaria
e ouvir meu coração e o seu nesse silêncio
então vou querer
ouvir sua declaração de amor
e, depois de ouvir sua declaração de amor,
vou querer outra vez ouvi-la
e de novo você terá de repeti-la
até que eu me canse
e, verifique, se vale a pena dizer também
Eu te amo!
Mas, se for para falar de amor
com palavras de promessas
Não fale!
Apenas feche os olhos e me beije...
E aí eu vou pensar
se vale a pena amar você!


PAULO ROBERTO KARAM — Nasceu em Curitiba, Paraná, em 12 de fevereiro de 1941, filho de José Karam e de Lilie Karam. Cursou o curso de História Natural na Universidade Federal do Paraná, licenciatura plena, o que lhe permitiu lecionar Ciências no Primeiro Grau e Biologia no Segundo, tendo se aposentado do Magistério na Rede Estadual de Educação, em 1996. Desde 1986 empreende pesquisa literária no gênero de Poesia, partindo de poetas do Paraná e atualmente abrangendo poesia em língua neo-latina, com exceção do romeno. As poesias que fez são anteriores a 1971, representando suas aspirações de adolescente. Casou-se com Terezinha Isufina Corrêa e têm três filhos, com formação universitária e oito netos. Pertence ao Centro de Letras do Paraná e à Academia Paranaense da Poesia, onde ocupa a cadeira número 36, patrono Raul Faria.

PESADELO

© PAULO ROBERTO KARAM

O frio das estepes me invade,
e minha alma se enregela,
e eu em busca da claridade
e do calor que me vem dela.

Ando pela estepe infinita – vagando
não sei por onde vou, talvez,
ao sabor do vento, cavalgando
como um fantasma chinês.

E como um cavaleiro quirquiz
ergo minha tenda no Altai
esperando quem já me quis.

A estepe é uma vida insane,
onde me acho a vagar. Infeliz,
em busca de uma sombra que me ame.

MARIA CLARA SEGÓBIA — Maria Clara Lopes Segobia nasceu POA/RS. Formada em Pedagogia Educacional e prática de ensino em Filosofia, Didática e Psicologia da Educação. Aposentada da FEBEM desde 1999. Participou de várias Coletâneas e Antologias. Em 2002 recebeu da editora Shan o 1º lugar no Concurso “Insigne Poeta”. Em Fortaleza recebeu o troféu “Destaque Brasil 10 anos qualidade internacional” pelas atividades culturais realizadas em São Paulo no programa “Projeção na TV”. Pertence à Associação Nacional dos Jornalistas e Comunicadores de Eventos Culturais e Turísticos, em São Paulo. Em 2005 em viagem a Paris, fez cobertura turística e cultural. Em Goiânia, recebeu o título de Delegada Especial da POEBRAS. Coordenou a Antologia “Prosa & verso” em homenagem a Nelson Fachinelli, 2005. Criou o “Troféu Nelson Fachinelli Operário das Letras”, Bóton alusivo aos 39 anos da Casa do Poeta Rio-Grandense e o troféu “9ª Imagens de Quintana. Colaboradora permanente do programa Radial “Dicho Sea de Paso”, de Perpétua Flores em Buenos Aires desde 2.000. Participação: “Festival de artes 2006” em Mar Del Plata: em 2007 “III Encontro Internacional de Artes e Letras” em Montevidéu; 1º, 2º e 3º Belô Poético em B. Horizonte; “La Palabra em Movimiento” em San Martin, Buenos Aires; 2008 Encontro Internacional de Poesia “Navegando Cielo Del Mundo” no Chile. É Cônsul dos Poetas Del Mundo, Coordenadora do Proyecto Cultural Sur/Brasil, núcleo Porto Alegre. e Secretária-geral do Congresso Brasileiro de Poesia e do Encontro Latino Americano da Casas de Poetas. Associada da Casa do Poeta Riograndense e de diversas entidades culturais.

INJUSTIÇA

© MARIA CLARA SEGÓBIA

Onde estão os meus ideais,
meu futuro, minha vida...
Com os projetos seguindo,
seu rumo certo,tranqüilo
sem mudanças inesperadas.

Hoje não sei
se amanhã estarei aqui,
se terei calma,saúde
trabalho, casa, comida...

A vida tornou-se com o progresso, com a política,
um mundo de competição,de loteria.
Não se sabe o que fazer, o que ensinar...
Apenas lutar, lutar
Pelo quê?
Sem sonhos, esperanças.

Até quando as portas da felicidade
vão estar fechadas aos pobres,
fingindo estar se abrindo
para essa juventude sedenta
a espera de oportunidade...
Quem é, continua sendo...
Quem não é, pode estar certo
Nunca será.
Meus Deus! Quanta injustiça!

REMY DE ARAÚJO SOARES — Natural da cidade de Vacaria/RS, reside em Caxias do Sul. É escritora, poeta, pintora e gravadora. Presidiu a Academia Caxiense de Letras, na qual ocupa a cadeira número 17. É fundadora da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias de Brasília/DF, onde ocupa a cadeira número 15. É sócio-fundadora da Associação Internacional de Intelectuais Católicos, sediada em Friburg, Suíça, e do Núcleo de Artes Visuais de Caxias do Sul/RS. Como escritora participou de várias antologias poéticas e publicou “Primavera” (poesia). Tem poemas publicados em jornais e revistas do país, que foram traduzidos para o francês e espanhol. Como artista plástica, participou de exposições no Brasil e no exterior. Ao longo dos anos recebeu inúmeras premiações, entre elas as medalhas “Juscelino Kubitschek/93” (Brasília), “Enciclopédia Literária/93” (Rio de Janeiro), “Cruz do Mérito Cultural/94” (Brasília), “Cidadão Honóris Causa do Rio Grande do Sul/2004” (Caxias do Sul) e “Personalidade da Ordem Internacional das Ciências, das Artes, das Letras e da Cultura/94” (Brasília).

ME ABRAÇA AMOR

© REMY DE ARAÚJO SOARES

Quero correr
por entre as flores do campo
colher um buquê
e te oferecer.
Olha dentro dos meus olhos
quero nadar
nas águas doces do rio
quero subir a montanha mais alta
e tocar o céu.
Quero correr pelos vales
até o peito arfar de cansaço,
e depois deitar nos braços
da árvore mais frondosa
e ficar olhando
pra você,
amor.

RÉGIS ANTONIO COIMBRA — Nascido em 1968, em Porto Alegre, tenho umbigo. Hei de perecer nos próximos 39 anos. Nos próximos 1.000 não me restarei sequer registrado em fragmento. Se - apesar de muito - algum restar, não saberão citar nem recitar. Cursei Filosofia e Direito. Formei-me muito à custa da fraternidade imposta ao contribuinte. O estado concentrou renda em mim, que dissipo esperanças em ilusões. Fui criança na infância. Adolescente por muito tempo. Fui soldado no exército, onde fui guarda, varredor e estivador. Fui paciente e depois fui psicanalista; bolsista do CNPq, despachante, pintor e músico. Sou filósofo, advogado e mico-empresário. Ainda ontem (há pouco) escrevi cinco poemas; já hoje, mais um e esta vaidade que lês. Meu tema é minha condição finita... aliás, tua também. A morte cada vez mais próxima, reiterada na mesquinhez nossa (ou pelo menos minha) do quotidiano que me faz oscilar entre não querer morrer e duvidar que possa suportar mais 5 minutos disso tudo ou tão pouco. De modo geral e preocupante, sou das mais felizes pessoas que jamais viveram.

CURVA DESCENDENTE

© RÉGIS ANTONIO COIMBRA

Conquanto em média nem se chegue a tanto
o quadragésimo aniversário marca o início da última
metade de vida, fruição, agonia ou ranço

Alternativas, todas, verdadeiras desse
polissêmico fim no horizonte: horror, alívio
desespero, ilusão; impasse, solução; etc

Dos incertos próximos quarenta anos, espero que me sejam
leves, saudáveis, relevantes e produtivos
ainda é muito e demais, justo na metade final
(e descendente?)
mas bem menos do que esperava no décimo oitavo

Nisso, talvez, parte da razão da curva ascendente de minha
satisfação com a vida que me tem levado ou comportado
Esperar ou cobrar menos, fruindo mais ou sofrendo menos
o que me cabe ou por vezes transborda

Principalmente espero volta e meia extrapolar até o fim
em lugar de me fisicamente prolongar além
do esgotamento moral, mental e desejante

Se o fim não me vier heróico ou ao menos súbito
que me sobrem forças para eu me dar descarga!
Ou até essa penúltima vaidade hei de superar ou perder?

KARLA JULIA — Nasci no Rio de Janeiro onde cresci e me formei em Direito e Licenciatura em Língua francesa. Também sou tradutora de Francês e recentemente concluí o curso de Web Design.
Em minhas andanças pelo mundo afora trouxe nas bagagens quilos de amor pela cultura e arte. A leitura me é essencial, assim como a música, o cinema, o artesanato, e a dança.

NOITE ALTA

© KARLA JÚLIA

As estrelas se movem no céu,
Minha cabeça que gira e gira

Poesia, sonho, quimera,
fantasia, dúvida, vontade
Meus eus verídicos
teus eus líricos
eu, você
Mentira,verdade
Rimas íntimas da saudade.

E minha cabeça que gira, gira
Hora avançada
Não deveria.
Não deveria.
Um entorpecimento leve.

O medo do pesadelo que me assusta
e que se vai assim que dele desperto
me ouvindo chamar por você


JORGE MIRANDA — Nasceu em Belo Horizonte, onde vive atualmente. Estudante da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, onde desenvolve paralelamente estudos sobre Literatura Brasileira e Poesia Marginal. Começou a escrever os primeiros poemas na adolescência, embora hoje se considere um “anti-poeta”. Apesar de transitar entre gêneros e escolas diversas, sua poesia é fortemente marcada por um questionamento sobre a palavra e a sobre a vida, tratando-as como coisas indistintas numa certa “metalinguagem da existência”.
SONETO AO INEXPRIMÍVEL

© JORGE MIRANDA

Vejam, bardos: este soneto é uma mentira
subjugou minha alma na cadência da prece
este ritmo mistifica, mas não esclarece
quanto mais obscurece, mais se torna lira

A dissonância do espírito, em demasia
torna-se uma ruptura, com tamanha pressa
que a alma fala, sim, fala, mas jamais se expressa
dos versos taciturnos faz-se poesia

Este verso dodecassílabo impreciso
é tão somente preciso por sua métrica
Vede: nele não há a paixão da qual preciso

Expurgados pela alma lírica profética
tão logo este nada que digo será inciso
à inacessível e inatingível forma estética

SONIA ALBUQUERQUE — Nascida em São Paulo, capital , Sonia Maria Carneiro de Albuquerque (Pereira de Magalhães ,de solteira) é a terceira filha de uma família de oito irmãos. Recebeu educação rigorosa e sempre freqüentou colégios do governo, desde o curso primário até a graduação como Bacharel em Direito, pela Universidade de São Paulo. Formada também em Letras, lecionou inglês como segunda língua por trinta e dois anos. Dedica-se hoje ao desenho, pintura e poesia. Casada (com Jaime Carneiro de Albuquerque há quarenta anos), tem três filhos e quatro netos.

DO PROCESSO DE CRIAÇÃO

© SONIA ALBUQUERQUE

É rotina que me falta
paz criativa
silencio gordo,prenhe
de significado.

É a cabeça que me falta
Foge arredia
na velocidade atordoante
sem significado.

É preciso ouvir o silencio
Deixar as cores brotarem sem pudor
Deixar as formas aflorarem
com furor

É preciso deixar o sentimento
encontrar sua expressão
e criar um mundo com minhas próprias mãos.

FÁTIMA BORCHERT — Carioca da gema, Nem super mulher, Nem super mãe. Já sou super no trabalho! Além de ser professora, Do ensino, sou supervisora. Se é para fazer confissão, tudo bem, também sou poeta. Mas aqui entre nós... Super mesmo são as musas Que inspiram versos E os enlouquecem.

CHÁ COM TORRADAS

© FÁTIMA BORCHERT

Para se estar
com o grande amor,
não é preciso saborear,
à luz de velas,
lagosta ao thermidor.

Para se estar
com o grande amor,
não é preciso degustar
linguado grelhado
com alcaparras molhado.

Para se estar
com o grande amor,
não é preciso girar
com um restaurante
para se ter vista fascinante.

Não é preciso,
para se estar
com o grande amor,
os vinhos
das melhores safras.

O que é preciso mesmo,
é ao teu lado estar
o teu grande amor,
para com ele fazer
um saboroso simples
chá...
com torradas.

RODRIGO SLUMINSKI — É natural de São Bento do Sul, Santa Catarina. Poeta ancípite por ascendência mitológica e por opção. Dedica aos versos sua mais nobre amizade edificada em tertúlias errantes e aliterações. Advogado, amante de sua profissão. Formado e inspirado na Universidade Federal de Santa Catarina, no Bar do Tião e no Cesinha, em Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis. É membro do movimento cultural “Vai Trabalhar Vagabundo”.

OUSADIA

© RODRIGO SLUMINSKI

Hoje é um dia triste!
Dia em que perdi a poesia.
Já não expresso bem o que sinto
Tampouco sinto tudo o que quero.
Quando caminho, o ar fica rarefeito.
E ao dormir, o sono desaparece.
Desejo coisas que não quero,
Quero outras que não preciso.
A saudade insiste em urgir
— mas meus gritos são mudos.
Todo passeio que pretendo
Ou as imagens que vislumbro
Não vejo cores – o nada é tudo!
E ao curvar-me a mim
Ao tornar-me realidade
Sinto que a poesia não me falta.
O que me falta é ousadia
De continuar a querer ser
Aquilo que o mundo já não é.

ZANY LOPES — Zany Lopes é pseudônimo de Rosane Uchoa Carneiro Netto Lopes. Nasci em Recife, em 30/08/1956, resido em Olinda há mais de 30 anos. Escrevo desde a adolescência, mas só há 05 anos que resolvi publicar as minhas poesias em sites; Participei do XIV Congresso Brasileiro de Poesias, em Bento Gonçalves-RS, em outubro de 2006; Participei de vários eventos poéticos no Rio de Janeiro/Petrópolis em 2007 e 2008; Faço parte dos “Poetas del Mundo”, sob o título de Cônsul de Olinda-PE; Sou membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras-AVBL, Cadeira nº 646, desde 2007 Tenho vários E-Books pela Academia Virtual Brasileira de Letras; Antologia Poética “Planeta em Versos” (livro impresso) Ano: 2007 Editora Letras em Cores – Gramado – RS - Diversos Autores.

A TUA VOLTA

© ZANY LOPES

Aeroporto lotado...
Gente se encontrando
Saudades matando
E eu parada
Te esperando...

Todos passam ligeiro
Meu olhar aflito te procura
Todos saem do saguão
Tu és o derradeiro...

Os nossos olhares se cruzam
As malas são jogadas ao chão
Num abraço apertado
O calor da nossa paixão...

Ah! Amor como foram tristes esses dias
Como eu chorei com saudade de ti
Não faça mais isso comigo
Pois quase de saudade morri...

Vamos agora ao nosso ninho
Para sozinhos ficar
Prometo quando lá chegar
Nada mais farei, além de te amar.


AMÉLIO HENIKA — Poeta e trovador repentista, é campeoníssimo de rodeios em concurso de trovas e poesias em nível regional, estadual e nacional, destacando-se entre suas conquistas: “Campeão dos campeões de trovas” (Rodeio dos Rodeios, Esteio/RS), “Campeão de trovas” (Fegart, Farroupilha/RS). Natural de Encantado, reside em Bento Gonçalves desde o ano de 1975, onde alcançou projeção no meio tradicionalista, tornando-se o trovador que mais troféus ganhou em rodeios, na modalidade trova. Tem três livros de poesia publicados: “Tradições do Rio Grande”, “Canto xucro dos livres” e “Vulto vivo da história”, todos exaltando a tradições rio-grandense.
Participou do volume 5 da antologia “Poeta, Mostra a tua cara” e do volume 10 de “Poesia do Brasil”.


HOMENAGEM AO IMIGRANTE

© AMÉLIO HENIKA

As velhas estradas de Bento Gonçalves
foram desbravadas no tempo de antanho
pelos imigrantes que aqui chegaram
e tanto trabalharam com esforço tamanho

Das mãos calejadas do trabalhador
surgiram cultura e hospitalidade
fábricas de móveis, cantinas de vinho
progresso e carinho e a linda cidade

Que já foi Cruzinha e Dona Isabel
E Bento Gonçalves ela é agora
os seus lindos vales e as belas montanhas
retratam façanhas dos tempos de outrora

A história guarda o ranger da carreta
e o rastro vivo da estrada distante
pois nem a chuva com o vento norte
apaga a marca forte do nosso imigrante

Hoje no presente eu vejo teu passado
levando o futuro a novos caminhos
amor e carinho em todas as partes
valoriza a arte do mundo do vinho.


DETH HAAKAos dezessete dias do mês de Janeiro de 1959, nasce em Armação dos Búzios Município do Rio de Janeiro Odete Pereira Alves segunda dos quatro filhos. Em meio a uma tempestade onde a lua cheia se escondeu para dar lugar aos relâmpagos que riscavam aquele céu saudando a ventania que soprava Leste. Filha de Manoel Custódio Alves, um humilde pescador e de Maria Julia Pereira Alves, mulher que do sonhar se esquivou... Aos cinco anos deixa a aldeia de pescadores como se a navegar outros mares a família vai à busca de outro porto para ancorar no futuro o que o passado lhes negara...
Aos cinco anos alfabetizada pelo seu pai que possuía a terceira série primária matricula-se na Escola Publica Pandiá Calógeras SG.RJ. E o presente fez-se calmaria abrandando o escarcéu, da curiosidade da então menina, que incentivada pelos educadores de então alça vôos com os livros que lia. Desperta a ousadia, e parte para o Grêmio Estudantil, fincando nesse solo a bandeira da “PALAVRA” Oradora nata, e POETA. Constrói discursos pautados na Liberdade e Igualdade.
Dedica-se a Poesia de inclusão, escreve , recita educa através das mesmas, levando- a áreas carentes. É da União das Mulheres de Natal, Conselho Comunitário da Vila de Ponta Negra, Preservação da Natureza SOSPONTANEGRA. Coletivo Leila Diniz, UNEGRO Brasil Sem Aborto Núcleo Rio Grande do Norte, Protagonista da Paz trabalho Comunitário com 68 adolescentes de risco. Oradora Oficial da Capoeira Arte e Vida que congraça 1500 capoeiristas pela inclusão Social. Filiada a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins- RN dedicando-se a difusão da Poesia na terra de tantos poetas, com outro propósito, levar essa arte aquém disto dela não aprendeu a sonhar.
Incentivada pelo seu filho começa a publicar na Internet, Poesias e através do mundo virtual em contato com os Poetas trocando conhecimento com o Brasil e Mundo.

VOANDO VERSO...

© DETH HAAK

A ordem partiu da Deusa do vento
Flanar partículas de versos risonhos
Pelas nuvens margeadas de encanto
E voejar o platinado céu dos sonhos...

Divisando nas balizas do horizonte
O sagrar das trilhas nos pergaminhos
Que pelas linhas cintiladas do instante
Sopram esquinas voláteis e moinhos...

Adejando versos, consagrando cantos
Pelo quadrante universal de um mote
Esboçado na seara dos quantos
Descritos, envoltos em chamalote...

Voar no outono, que o verso é prece
E sana a dor do olhar tristonho
Secando pranto ao lenço se parece,
Folhosa brisa recitando entresonho...

Forjando rimas as pétalas das flores
Flamejam espargindo homilias e lôas
Embrenhadas no sonhar de amores
E como a orla vai lambendo as proas...

Incite o barlavento, desafiando mar
Propale ao ser poeta versejar ao vento
E enamorando o enlevo do valsar amar,
Adeje as fases da lua, e leste o intento.

POETA MINEIRONatural de São João do Paraíso - MG, reside em Santos – SP. Alvimar Moura Matos, conhecido no mundo virtual com o pseudônimo de Poeta Mineiro – “O Poeta do Amor” - Filho de alfaiate e professora. Estudou inicialmente em Minas Gerais, transferindo-se para São Paulo. Participou de vários eventos literários em sua escola, sendo homenageado com diploma de Honra ao Mérito em 1966. Retornando a escrever somente em abril de 2006. Em março de 2007, participou da publicação da primeira antologia dos poetas virtuais na cidade de Fortaleza/CE e, em 17 de dezembro de 2007, do segundo livro na cidade de Avaré/SP. Em 2008, no mês de outubro na Cidade de Bento Gonçalves/RS, participou da antologia Poemas à Flor da Pele. O seu sonho sempre foi ser poeta, mas todos os poemas que escrevia não agradavam a ninguém. Quando em 2006 ,por ímpeto, ao chegar em casa sua vida mudou completamente, passando a escrever fervorosamente. Hoje como empresário, atua no ramo de confecção.

VIAGEM DOS SONHOS

© POETA MINEIRO

Cai a tarde preguiçosamente - adormece,
Dando passagem para a noite que precipita,
A lua acanhadamente entre nuvens desponta,
Para compartilhar dessa noite tão bonita.

Como convidadas as estrelas se apresentam,
Vestidas de prata com teu brilho reluzente,
Eu... Entre as estrelas, lua, mar e a natureza,
Nada disso teria graça, sem você aqui presente.

Os teus olhos com um brilho sem igual,
Me olhava com teu jeito — que doçura,
Teu sorriso de menina angelical,
Tão graciosa, dessa paisagem, tu és a moldura.

Foram momentos de sonhos que vivemos,
Eu... ali olhando aquela deusa do amor,
Cada minuto que passamos — foi prazer,
Guardados para sempre, jamais vou esquecer.