POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

terça-feira, fevereiro 17, 2009

PROYECTO CULTURAL SUR/BRASIL
LANÇA PROJETO DAS ANTOLOGIAS OFICIAIS
DO XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

Dentre todos os projetos desenvolvidos durante o CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA, o que mais vem repercutindo junto à comunidade escolar de Bento Gonçalves é o POESIA NA ESCOLA, que consiste na publicação da Coleção “POESIA DO BRASIL”, antologia que terá neste ano de 2009 publicados os volumes 9 e 10. Também terá continuidade o projeto “POETA, MOSTRA A TUA CARA”, com a publicação do volume 6. No ano passado, foram distribuídos nas escolas 400 exemplares do volume 5 (244 páginas, 78 poetas participantes e 3.500 exemplares de tiragem). No ano de 2008, foram entregues para a Biblioteca Castro Alves distribuir às escolas do município 1.200 exemplares dos volumes 7 (412 páginas, 67 poetas participantes e tiragem de 5.500 exemplares) e 8 (520 páginas, 85 poetas participantes e tiragem de 5.500 exemplares). A previsão dos organizadores do XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA é neste ano distribuir 2.000 exemplares. A exemplo do ocorrido no ano passado, as antologias serão publicadas com antecedência, para que cheguem às escolas no máximo no início do mês de agosto, possibilitando assim que os alunos possam conhecer um pouco do trabalho dos poetas que vão estar no evento em outubro. Os lançamentos das antologias acontecerão nas noites dos dias 6 e 7 de outubro, dentro da programação oficial do evento, que acontecerá de 5 a 10. Interessados em conhecer ou participar do projeto podem solicitar informações com os coordenadores dos volumes:
Ademir Antonio Bacca:
adebach@gmail.com
Cláudia Gonçalves: cacaugoncalves@gmail.com


MARKO ANDRADE — Compositor, Cantor,poeta, Produtor Cultural. No ano de 1982, estudou teoria e violão com o maestro Joaquim Fragelli. Dois anos depois, fez o curso de em violão brasileiro pelo Instituto Brasileiro de Música. Em 1996, fez o curso de música para teatro. Neste mesmo ano, fez na UERJ curso e extensão em história da arte, cultura e antropologia coordenada por Darci Ribeiro e Cecília Conde dentro do PEE. Foi Coodenador da Animação Cultural da Secretaria de Estado do Rio de Janeiro. Trabalhou como Coordenador de Difusão Cultural da Superintendência de Projetos Especiais da SEE do RJ.No ano de 1981, ingressou no grupo Panela de Pressão, que reunia músicos, poetas, letristas, atores e teatrólogos. Entre 1982 e 1984, fazendo parte desse grupo, participou da direção do teatro Armando Gonzaga
Organizou a “Festa do Interior”, na Lapa, para a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Em 1999, participou do CD “Conexão carioca”, do Selo Peixe Vivo, interpretando “Cidade” (c/ Sérgio Lupper). O disco, produzido por Euclides Amaral e Paulo Renato contou com a apresentação de Ricardo Cravo Albin. Neste mesmo disco, a cantora Ceiça interpretou “Lua comparsa”, (c/ Rubens Cardoso e Euclides Amaral) e Alexandra Piloto cantou “Noite” (c/ Délson Júnior, Henrique Silva e Sidney Cruz). No ano 2000, Euclides Amaral produziu para o selo Guitarra Brasileira o CD “Conexão carioca 2”,2003Lançou seu cd solo Aldeia urbanas e em 2007 o cd Aldeias Afrotupy e em 2008 desenvolve os projetos Recitando samba e Poesia no poste.
Discografia:
1999: Conexão carioca. Selo Peixe Vivo, CD,
2000: Conexão carioca. Selo Guitarra Brasileira, CD,
2000: Conexão carioca 2. Selo Guitarra Brasileira, CD,
2001: Aldeias urbanas. Selo Guitarra Brasileira, CD,
2002: Conexão carioca 3. (vários). Selo BigVal Produções, CD,
2003: Conexão carioca 3 - Bônus. Selo Peixe Vivo Produções, CD.
2007: Aldeia Afrotupy Selo Guitarra Brasileira e Arrent Mermo,CD
Carpintaria

© MARKO ANDRADE

Espalham-se pelo chão
Ingênuos poemas artesanais
Tranças das pernas da moças
Olhos de vagar ruas
Felicidade compartilhada
Cooperativas de gestos meninas
Meninos num só sonho vagar
Estampam-se nos tecidos da gente
Florais em tons berrantes
Argila em mãos de brinquedo
Corpos ateliê de gestos,
E nas tardes toda comunidade.
E quando noite de intenso breu,
Papeis sussurram desenhos poéticos em oração
Carpintando em palavras profundos segredos

DEISI PERIN — Toledana de nascença.
Italiana por ascendência.
Humana por herança.
Ecológica por natureza.
Sangue verde-amarelo.
Pensamento nas nuvens
e dificuldade de tirar os pés do chão.
Formada em Letras, Inglês - Português pela UFPR.
Professora.
Membro do Centro de Letras do Paraná.
Participante das Oficinas de Criação Literária.
Integrante do Grupo Pó&teias.


APESAR


© DEISI PERIN

Apesar de o sol
ser a estrela do centro do Sistema Solar,
na fraca faixa de luz
através do céu noturno, habitamos.
Entre estrelas e nebulosas
passeamos os dias na Via Láctea
e preferimos astros artificiais
e luzes frias e solitárias.
Giramos em meio à poeira cósmica
sem atingir o núcleo.
Apenas conhecimentos elípticos
à velocidade do som
nos aproximam das constelações.
E quase sentimos
os hemisférios juntarem-se.
Mas a composição atmosférica
não tem energia suficiente para interagir.
Então emitimos
fracos raios espectrais sem cor, nem calor.
E brilhamos pouco e sozinhos
em nossas próprias estrelas.

EDNILSON DE PAULO — Ednilson de Paulo nascido em Presidente Epitácio, São Paulo, reside atualmente em Corumbá MS. Militar da reserva remunerada da Marinha do Brasil, participou das seguintes antologias: Poetas do Café Volume 2, Coletânea Literária da Casa do Poeta Rio Grandense (2006); Poetas En/Cena Volume 1 e Poesia do Brasil, Volume 5 (2007); Poetas En/Cena Volume 2 e Poeta, mostra a tua cara, volume 5 (2008).
Escreve e publica seus poemas no blogger retratosdaalma1.blogspot.com.
O poeta assim se autodefine: “sou um contador de casos, observador atento, um homem buscando uma imagem que possa defini-lo (ainda não a encontrei). Moro em riba das minhas alpargatas e embaixo do meu chapéu. Meus olhos e ouvidos são meus instrumentos de trabalho, sou pretexto do meu texto, não dissimulo a similaridade entre o que escrevo e o que sou, não nego paternidade, sou responsável por minhas crias! Nietzsche já dizia: “torna-te o que tu és”, “O que não me mata me fortalece” meu texto é bala guiada pelo calor do meu movimento... Não tem como fugir.”

Sob o sol de São Paulo

© EDNILSON DE PAULO

Mil tambores rufando
sob o sol barulhento
desta manhã
no coração de São Paulo

os sons se confundem
nos meus silêncios
contrapasso...

descompasso
no ritmo confuso
da existência

a buzina
o carro
o camelô

pensamento
em zig zag
fugindo do trânsito

e o transe não passa...

aí fora o que sabes de mim?
cá dentro o que sei de ti?

em meio à confusão
de gente coisas e ruídos

o dentro e o fora
da esfera feroz
onde circula a vida.

ANA MARI TEDESCHI — Ana Mari Tedeschi nasceu em 1950, em Bento Gonçalves,RS. É descendente de imigrantes Trentino-Friulanos e reside em Porto Alegre desde 1990. Filha de Antonio Francisco e Utilia Romana Di Bernardo Tedeschi, é enfermeira, sanitarista, com seis pós-graduações na área da Saúde Pública, Mental e da Administração (em saúde), no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Itália. É funcionária titular da Secretaria Estadual da Saúde e do Meio Ambiente. Foi professora titular da UCS, 1975/77. Enfermeira-chefe do Posto de Saúde de Bento Gonçalves (1975-88), foi uma das fundadoras da Escola Técnicos de Enfermagem do Hospital Tachini e professora de seis disciplinas por 8 anos. Foi, também, uma das fundadoras do Hospital Regional Psiquiátrico Dr. Walter Galássi, em Bento Gonçalves. É professora de Yoga, em Porto Alegre, desde 1996 e integrante da Universidade Holística Internacional, desde 1991.
Na área artística, possui diversas premiações em poesia e música, entre elas o Expoesia/96 (1º lugar) e por três vezes, obteve o 3º lugar no Concurso Mundial de Poesia, na Bélgica. Fez parte das Coletâneas: “Poeta, mostra a tua cara”, “Mercopoema” e “Gente da Casa”. Colaborou com os jornais literários: Garatuja, Jornal das Letras, Artes e Ciências do RS e Jornal Trinta Dias de Cultura, da Secretaria Estadual da Cultura. Obteve o 3º lugar no Concurso Internacional de Poesia e Canção em Portovenere (Itália, 2000), com “Mazzolino” e “L’Incontro” (letra e música) e Menção Honrosa no Festival Internacional Oscar Della Musica-Composição em Anzio (Roma,2001), com “L’Imponderabile” (letra e música).
Atuou, como soprano no coral Bento-Gonçalvense e no Coral do Instituto Cultural de Inglês de Porto Alegre. Declamadora e vocalista do CTG Laço Velho, de Bento Gonçalves. Colaboradora no Programa Radiofônico de Cultura Italiana, Rádio Viva de Bento Gonçalves. Na área musical, possui nove gravações em CD e disco, selecionadas no Festival da Cultura Italiana de Serafina Corrêa (Cantoria Italiana), obtendo por três vezes o 2º lugar. Pertence à Casa do Poeta Rio-Grandense e ao Círculo Italiano, de Bento Gonçalves É de sua autoria a canção (letra e música) Paradiso Delle Valli, em homenagem à sua cidade natal, além dos hinos do Coral Vale dos Vinhedos e do Hospital Tachini
Representou o Brasil no Congresso dos Friulanos no Mundo, em Trieste, Friuli-Itália. Foi a primeira descendente de imigrantes a retornar ao Friuli, após cento e dez anos de imigração Italiana, no RS e a participar do Congresso dos Friulanos no Mundo, em 1985.


Vale


© ANA MARI TEDESCHI

Sol evidencia sombras, solados gastos nas pedras,
necroses na linfa das horas sobre degraus,
convívio com odres, odores maduros a dilatar narinas,
neblinas, granizos nos telhados, goteiras da noite.
Caminhos pontilhados de capitéis, chaminés, sinos,
por perto, toda a extensão do rio de pontes longas
e antigas pedras acomodadas, nuas.
Noites quentes de mosquitos
liberam raposas nos galinheiros, ratos nos porões.
Estrelas limpas adormecem cansaços, mugidos,
dias correm, entortam vértebras, gastam articulações,
deixam escapar o tempo, tal ovelhas mansas, disfarçadas.
Videiras enchem de cachos, exalam, embriagam,
o povo canta com tabuleiros e fornos cheios.
Velhos fogões queimam lenha de angico e nós-de-pinho,
aquecem casas sem grades, de jardins na entrada.
No vale, tudo se pertence
nonos, filhos, retratos, tumbas, berços, semeaduras,
a timidez natural vem junto da persistência,
da insegurança implícita das colheitas não imediatas.
Mulheres amamentam, ordenham, guardam roupas,
potes de geléias
e fornadas de pão em cestas de vimes brancas.
O sol evidencia o vale contínuo, a vida toda.
As noites trazem as manhãs.