POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

quinta-feira, novembro 27, 2008

JACQUELINE BULOS AISENMAN — filha de Richard Calil Bulos e Terezinha Soares Bulos, natural de Laguna (Santa Catarina) e residente desde o ano de 1990 na cidade de Genebra, Suíça.
Entre Laguna e Florianópolis colaborou com vários jornais como redatora e revisora. Foi diretora dos Museus Anita Garibaldi e Casa de Anita e também do Departamento de Cultura da cidade de Laguna.
Foi para Genebra trabalhar para a Missão do Brasil junto às Nações Unidas. Ali permaneceu durante treze anos.
Seu primeiro livro de poesias fazia parte de um projeto que criou chamado "Faça o seu próprio livro". Editou "Pedaços de Mim e Coisas Assim" em 1990. Em 1994 reuniu pensamentos e poemas e fez uma pequena tiragem para familiares e amigos próximos de “Muito Mais do Que Solidão”. Depois, silêncio por mais de dez anos. Em 2007 editou “Coracional”, 400 páginas, um velho sonho. Atualmente edita o blog “Certas Linhas Tortas” (
http://certaslinhastortass.blogspot.com/ desde 2006) e o site “Coracional” (http://www.coracional.com/) , sobre a cidade de Laguna e toda sua memória, em fotos e textos. Paralelamente escreve novo livro “Sentimentos Confiscados” e contribui com textos e fotografias para outros sites. Como já deu para perceber, sua vida é escrever!

Corte

Vou esvaziar a sala
Jogar os móveis no
olho da rua
Fazer minha mala
e partir
semi-nua.
Antes arrebentarei
a fechadura
da porta da cozinha
e me sentindo rainha
me libertarei
da tua ditadura.
Pulando a janela
Do terraço
Estarei dando um
passo para a eternidade.
Levando o coração
tranqüilo
Voarei livre e longe
Da tua falta
de equidade.
Partida ganha
Partida perdida
Jogada estranha
mas não
dividida


AFONSO ESTEBANEZ STAEL(A. Estebanez), advogado, poeta, jornalista e escritor fluminense, é verbete na “Enciclopédia de Literatura Brasileira” (vol. 1, pág. 562, 1990), composta pela Oficina Literária Afrânio Coutinho (OLAC), organizada por Francisco Igrejas e editada pelo Ministério da Educação e Cultura e Fundação de Assistência ao Estudante do Rio de Janeiro, e apontado também como verbete da literatura brasileira no “Dicionário de Poetas Contemporâneos”, organizado por Francisco Igrejas e editado por Oficina Letras & Artes, 2ª Edição, 1991 (págs. 25/26).
Nasceu em 30 de outubro de 1943 no ambiente agreste do município de Cantagalo, Estado do Rio de Janeiro, filho de Manoel Stael e de Francisca Estebanez Stael, descendentes de ancestrais ciganos emigrados para a Espanha e de alemães de origem judaica radicados nas regiões agrícolas da Bélgica, que posteriormente imigraram para o Brasil, entre 1860 e 1930. Ensino secundário no Seminário Arquidiocesano do Rio de Janeiro (56/62) e superior nas Faculdades de Direito e de Filosofia, Ciências e Letras da UFF em Niterói (65/70). Finalista nos 1º, 2º e 3º Torneios Nacionais da Poesia Falada patrocinado pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro (68/69/70). Vencedor do Primeiro Concurso Estadual de Poesia do Advogado Fluminense (87). Exerceu a advocacia desde 68 e ocupou o cargo de Oficial de Justiça Avaliador do TRT da 1ª Região (93), aposentando-se quando lotado na Vara do Trabalho de Cordeiro (99), por cuja instalação lutou como Secretário Geral de Administração daquele município (92), onde se destacou como um dos fundadores da 45ª Subseção da OAB/RJ.
Tem obras publicadas em livros, jornais e revistas. Recentemente, concorrendo com o poema “O Último Dia de Trabalho do Pôr-do-sol no Mar” e com a crônica “Trabalho como Escrevente de Pequenos Príncipes”, o biografado venceu, em julho de 2007, o Primeiro Concurso Interno de Literatura do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT- Rio), nas duas categorias (prosa e verso), com premiação em obras literárias famosas oferecidas pela Academia Brasileira de Letras (ABL).

AMOR DE CORPO INTEIRO

(Poema dedicado a Mary Correia)

Desejo teu amor de corpo inteiro
o amor da lua cheia sobre o mar
de alfazemas no cio campineiro
da sementeira
prenhe do luar...

Navegar é o ofício do barqueiro
dos mares do desejo de te amar
conhecer os segredos do roteiro
por onde o amor
precisa navegar...

Aceito o amor servil do cativeiro
das virgens medievais para adorar
nas alcovas profanas do mosteiro
ao sacro ritual
sobre um altar...

Professo o amor fiel do romanceiro
que em teu ventre me faça cavalgar
tal como um confidente cavaleiro
cavalga estrelas
para te encontrar...

Por teu amor meu anjo mensageiro
vem de um tempo remoto te buscar
e proclamar meu lado companheiro
de te fazer amor
para sonhar...

Quero fazer amor de corpo inteiro
exaurir-me em teus braços e pensar
que ainda sou teu ultimo e primeiro
amor que padeceu
para te amar...

ROSA MARIA DE BRITTO COSENZANatural de Ribeirão Preto-SP, formada pela Escola Normal, é também licenciada em Línguas Neolatinas, pedagoga e advogada. Aposentada do magistério oficial, como Diretora de Escola, leciona ainda Lingüística no Curso de Letras e também Linguagem Forense no Curso de Direito, ambos do Centro Universitário “Moura Lacerda”, em Ribeirão Preto-SP. Possui mestrado e doutorado em Letras, na área de concentração em Lingüística e Língua Portuguesa, pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) – Campus de Araraquara-SP. É membro do Conselho Municipal da Cultura, na área de Literatura, em Ribeirão Preto-SP, tendo sido eleita presidenta em 2004, e assim permanece até hoje, por reeleição.
Viveu um ano em Santiago do Chile, onde cursou Ciências Sociais, pelo ILADES (Instituto Latinoamericano de Doctrina y Estudios Sociales), como bolsista. Fez dois estágios de Língua e Civilização Francesa, na França, como bolsista do governo Francês, na Universidade de Aix-en-Provence e na Universidade Sorbonne Nouvelle, em Paris. É membro da U.B.E. (União Brasileira de Escritores), da Academia Ribeirãopretana de Letras, onde ocupa a cadeira nº 38, cujo patrono é o escritor Oswald de Andrade; foi eleita por unanimidade para ocupar a cadeira nº 21 da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, cujo patrono é o Dr. Evandro Cavalcanti Lins e Silva; pertence à Academia de Letras, Ciências e Artes da AFPESP(Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo), ocupando a cadeira nº18, que tem como patrono o escritor Jorge Amado; é membro fundador da Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto-SP e da ALARJ (Academia de Letras e Artes Joaquinense) de São Joaquim da Barra-SP). Pertence à Ordem dos Velhos Jornalistas e à diretoria do Centro do Professorado Católico de Ribeirão Preto, como oradora.
Tem crônica e contos premiados. É autora do livro de contos “O 7º Sentido”, publicado em 1992, pela João Scortecci Editora, em São Paulo-SP, tendo sido classificada em 2º lugar no 8º Concurso Nacional de Obras Publicadas, promovido pela ALECI (Academia de Letras e Ciências) de São Lourenço-MG. Possui artigos científicos e de artes, publicados em várias revistas especializadas. Em co-autoria com a Profa. Nilva Mariani, publicou, em 1998, pelo Centro Universitário “Barão de Mauá, em Ribeirão Preto-SP, o livro “Português tal qual se fala no Brasil, para estrangeiros”, já em segunda edição. Participou de várias antologias de poemas, publicadas em espanhol, francês e português; também participou de antologias de contos e de crônicas. É coordenadora nacional de Literatura do “Proyecto Cultural SUR”/Brasil. Em 2004, publicou o mini-livro de trovas, intitulado “Gotas de Oração”, iniciando assim a coleção “Gotas”, que já possui mais seis volumes: “Gotas de Contos”,”Gotas de Reflexão”, “Gotas de Poemas”, “Gotas de Crônicas”, “Gotas de Haicai” e “Gotas de Trovas”.

Dulcinéia

Atirei meus versos nas pás dos moinhos
para voarem nas asas do vento,
do mundo espalhando pelos caminhos
sementes de amor, carinho e ternura,
criando raízes de bom sentimento,
gerando harmonia pra vida futura.

Dragões enfrentei na luta diária.
Tentando a defesa de sonhos possíveis,
entrei na batalha da reforma agrária.
Chamaram-me louco, igual a Quixote,
porque em combate fiz coisas incríveis
e sigo na busca de mais belo dote.

Ao lado dos pobres, do povo oprimido,
procuro implantar a fé na justiça.
Entrei na peleja do mundo sofrido
e, no meio da dor, da fome e miséria,
montado a cavalo, invadi essa liça,
ergui minha espada em prol da quimera.

Sou bravo, sou forte, quixote dos pobres,
a ti, caro povo, doei minha vida,
portanto não quero que ainda me cobres
favores insanos, renúncias e danos.
Só peço que encontres a minha querida
por quem esperei durante esses anos.