POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

HENRIQUE DO CERRO AZUL — Pseudônimo de João Henrique Serra Azul, aposentado e advogado. Natural de Fortaleza, filho do poeta Serra Azul e Maria do Carmo Serra Azul, publicou seu primeiro soneto em 1950, aos 14 anos de idade, no Jornal “O Nordeste”, do qual passou a ser colaborador semanal. Casado com Raimunda Ceará Serra Azul, reside em Brasília. Lecionou Língua e Literatura Portuguesa em diversos estabelecimentos de ensino da capital federal. Em 1973 assumiu o cargo de Procurador da República, aposentando-se em 1995 como Subprocurador Geral da República, último cargo de Carreira do MPF.
Publicou: “Sonetos e Poemas” (1967), “Trânsito Onírico” (1991), livro com rimas proparoxítonas que reunia mais dois livros: “Trânsito Cósmico” e “Périplo ao Pretérito”; “A Poesia dos Astros ou A Lenda do Céu” (1992). Participa de antologias e revistas literárias nacionais e internacionais. Foi eleito em concurso organizado pela Academia de Letras e Ciências de São Lourenço e outras, em 2001, “Príncipe dos Escritores Brasileiros”, com 143.810 votos, e em 2002, foi eleito “Primeiro Príncipe da Poesia Brasileira”, com 681.300 votos, via internet, correios e telefone.
Faz parte de inúmeras academias e entidades culturais, entre elas a “Casa do Poeta do Brasil – DF”, da qual é o atual Presidente executivo. Verbete do “Mem of Achiement 1988, Twelfth Edition, Ibc (International Biographical Centre), Cambridge Cb2 3qp, England, P. 635/636, e “International who’s Who Of Intelectuals”, Ninth Edition, 192, Ibc, Cambridge, England, P. 701.

ÉPOCA ÊNEA

© HENRIQUE DO CERRO AZUL

Tal como a do antiquário com os cimélios,
quando acha a raridade em sua análise,
assim foi a surpresa de Berzélius
com a grande descoberta da catálise...

Na minha exata análise de crítico,
surpreso, cheio de emoção pletórica,
também acho o princípio catalítico
presente em cada descoberta histórica!

Encontro o catalítico preâmbulo,
seja no fogo, na Era Paleolítica,
seja na aprendizagem do anteâmbulo,
seja na pedra, na Era Neolítica!

Fizeram a catálise metálica
também o bronze e os artefatos êneos:
e o progresso avançou de forma prática,
despojado do peso dos milênios...

Talvez, por acidente, houve a união clássica
de cobre e estanho... e uma mistura estânica
houve, talvez, junto à região talássica,
nalguma forja da insula britânica.

E então nós vemos que o progresso sápido,
a passos largos, com poder heurístico,
produz um vasto enfloramento rápido,
espiritual, ou técnico, ou artístico.

O bronze está na espada sanguinária
e na coroa... O ferro é a vida prática:
O ferro está no arado, — é a época agrária...
O bronze representa a aristocrática!...

Era do Bronze!... O pensamento é hígido...
Era de lutas! Era de vitória!
Nem mesmo o ferro, esse metal tão rígido,
ofusca o bronze no esplendor da História!...

JAIRO MARTINS — Natural de Porto Alegre-RS, poeta, escritor e revisor de textos. Três livros Publicados. Foi Editor-redator-chefe do jornal interno da EMBRATEL-SC de 1996 a 1998. Sócio fundador e ex-presidente (2003) da Sociedade Escritores de Blumenau. Sócio fundador da Sociedade Amigos da Biblioteca de Gaspar - SC. Membro da Academia de Letras Blumenauense - ALB. Ministrante de Oficina de Poesia 20 horas/aula para 34 professoras pedagogas. Formado como Operador Psíquico - Institute of Psychorientology - Laredo - Texas. Fala e escreve fluente português, inglês e espanhol. Autodidata em filosofia, ocultismo, artes marciais e xadrez. Costuma fazer longas viagens de bicicleta tendo percorrido na totalidade os litorais de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Escreve por inspiração desde os 18/19 anos, poesias, ensaios, parábolas, crônicas e pensamentos.

ALÉM-VIDA

© JAIRO MARTINS

Ser poeta é quase uma fé,
Dessa forma atrela-se o pé
A alvores d’estrada além-vida,
Antes mesmo de ser conhecida.

Hoje morto, declaro, e sempre:
Quando tudo, antes nada valer.
Os caminhos vêm ao conhecer,
Quem puder e quiser que os enfrente.

Fácil fazer poesia? Talvez seja.
Desse tempo, se o passo a limpo,
Um pouco mais no paço sobeja
E transpondo o suposto limbo

Da poesia ainda mais se deseja:
Aparece, é assim que ocorre,
O céu ou o inferno que seja,
Amadurece e depois escorre.

Não possui vedados acessos
Nem no inferno, no limbo ou no céu,
Pois caminha através dos processos
Ao mesmo tempo juiz e réu.

Condenação, dever e direito
Num só verbo sem poder decidir
Deixa justo, preso e aceito:
Poesia só faz CONSTRUIR!