POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

quinta-feira, dezembro 28, 2006


VALÉRIA TARELHO – nascida em Santos (mal)criada em Guarujá, atualmente (na)mora em São José dos Campos, tudo em São Paulo. é mãe de quatro, esposa de um, separou-se da advocacia devido a um caso com a poesia. Seus primeiros escritos datam de abril de 2002. Tem poemas publicados em diversas antologias e participa do livro “Panorama Literário Brasileiro 2004/2005 – As 100 melhores Poesias de 2004 – Câmara Brasileira de Jovens Escritores”. Atua como colaboradora do portal valedoparaiba.com e no site www.escritorassuicidas.com.br . Estreou no Congresso Brasileiro de Poesia em 2005.

couvert

© VALÉRIA TARELHO

puxe pelos
cabelos
todo verso
que ofereço

encoste as
verdades [nuas]
de costas
contra a parede

jogue no chão
os apelos
unhe o azedume
morda os medos
até que o poema uive

e caia sobre
e venha entre
e chegue junto

depois podemos jantar
civilizadamente

ALDAIR AIRES – goiano de Catalão, formou-se em Letras Modernas pela Universidade Federal de Goiás e é Mestre em Literatura Brasileira e Lingüística. Aposentou-se como professor pela Universidade Federal de Mato Grosso. Como escritor, publicou os seguintes livros: “Os nós de nós em nós” (Poesia), “Dominus Nobiscum” (Contos) e “Depois de amanhã” (Contos). Tem prontos para publicar: “O Fazedor de Presépios” (Contos) e “Prestidigitador de Equívocos” (Poesia). Por duas vezes ganhou o Prêmio da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos. Reside em Silvânia, interior de Goiás, onde cultiva um pomar de jaboticabeiras, de cujos frutos faz saborosos licores que já animaram noitadas de versos e saudades em edições do Congresso Brasileiro de Poesia.

UMA MOSCA NO AZUL

© ALDAIR AIRES

Quero fazer-te uma carícia oceânica
Que derrame em ondas bravias
Ternuras sobre teu corpo.

A noite debulha fagulhas da lua
Que dança imensa no azul sem estrelas,
Ou em poucos pontilhados que brilham
Titubeantes em tua pele branca.

Estou tonto de desejos de ti e em ti,
Ou estou enlouquecidamente louco
No desvario da noite que escorre
Pelas madrugadas de meus dias inúteis?



CRISTIANE GRANDO – É natural de Cerquilho/SP. Mestre e doutora (FFLCH-USP) com pós-doutorado (IFCH-UNICAMP): trabalhos sobre a obra e os manuscritos de Hilda Hilst. Autora dos livros “Caminantes” (2003): poesia em francês, português e traduzida ao espanhol por Leo Lobos, e “Fluxus” (2005): poesia em português, traduzida ao espanhol e ilustrada por Leo Lobos, traduzida ao francês por Espérance Aniesa e ao inglês por Levana Saxon. Organizou os catálogos: “O Caderno Rosa de Hilda Hils”t e “Crônicas do Cotidiano” (fotografias de Jorge Bercht e Cristiane Grando). Participa do Congresso Brasileiro de Poesia desde 2003.


CONVITE À ALMA DE CAMAC

© CRISTIANE GRANDO

A Alexandra Keim, esse país que se assemelha a ti...

às margens do Sena, deste imenso rio,
entre nuvens artificiais e bruma,
um anjo elétrico conduz um barco-sonho em direção ao Infinito
artistas-viajantes
deste barco que sai de águas
onde tudo é doce e amargo, tranqüilo,
agitado
ao mesmo tempo que excitante e belo...
habitantes deste sonho que parte de olhos calmos,
profundos
onde vivem o silêncio e os segredos vastos
de sensações infinitas...
barco poético
Tempo e tulipas reencontrados
profundezas do céu e dos pensamentos



ELIAKIN RUFINO – Misto de escritor, poeta, filósofo, jornalista, professor e compositor, este caboclo metido a índio, além de escrever belíssimos poemas, produz e apresenta programas de rádio e televisão em Boa Vista, capital de Roraima, onde reside. Alguns livros de poesia publicados, alguns cds gravados, tem feito shows e participado de recitais e encontros poéticos em todos os estados brasileiros. Algumas de suas músicas foram gravadas por nomes consagrados da mpb e “Mosquito da Malária” levanta o público em suas apresentações. É poeta de destaque no Congresso Brasileiro de Poesia. Dos poetas brasileiros, é o que cumpre a maior jornada para chegar até Bento Gonçalves, onde seu jeito moleque, sempre sorrindo, tem um grande fã-clube.


50 VOLTAS AO REDOR DO SOL

© ELIAKIN RUFINO

50 voltas ao redor do sol
na cabine de comando
50 voltas e eu quero é mais
continuar girando
ao redor do sol

50 voltas ao redor do sol
só poesia na bagagem
eu vou cantando pela via-láctea
não tem volta essa viagem
ao redor do sol

planeta terra é minha nave-mãe
eu sou seu fã eu sou seu filho
o universo é minha aldeia mas
tenho toda a minha tribo
ao redor do sol